Como esperado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a Selic em 15% ao ano na reunião da última quinta-feira (5). Mas os sinais de que a taxa básica de juros deve começar a cair a partir do ano que vem mostram que investidores de fundos imobiliários que se anteciparem tendem a aproveitar mais o crescimento do setor no médio e longo prazo.
“Se o investidor esperar os juros efetivamente começarem a cair para começar a comprar, ele está fazendo uma conta equivocada”, alerta o professor Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno. Ele destaca que o IFIX já está em alta desde meados de fevereiro, com 15% de valorização acumulada no período, enquanto a Selic chegou a 15% em junho.
O professor lembra ainda que o investidor em FIIs deve fazer uma conta complexa para calcular o retorno de seu investimento na hora de comparar com as opções de renda fixa. Esse cálculo inclui três fatores:
- distribuição de dividendos;
- potencial de valorização das cotas;
- isenção de Imposto de Renda nos dividendos.
“O investidor deve considerar o retorno total, que é a distribuição de dividendos somada à valorização das cotas. Desde o início do ano muitos fundos imobiliários se valorizaram e estão com retorno total acima do CDI, de até 20% ao ano, e com isenção de tributação sobre os dividendos”, completa Baroni.
Selic vai cair quando? Entenda o cenário macro
A decisão de manter a taxa básica de juros em seu ponto mais alto desde 2006 foi mais uma vez unânime, e o comunicado divulgado pelo Banco Central reforçou as impressões do mercado de uma postura de forte preocupação com o controle da inflação para os próximos anos.
“O texto manteve a frase de que a política contracionista precisa seguir por um período bastante prolongado, o que é um ponto positivo”, explicou o economista-chefe da Suno, Gustavo Sung, durante live com Baroni.
Segundo ele, o BC está preparando o terreno para iniciar o processo de corte da Selic a partir de março de 2026, na segunda reunião do ano, e a tendência é que os próximos comunicados deixem isso mais claro. “Esse tabuleiro vai se encaixar e as peças vão estar bem montadas num momento daqui a alguns meses”, aponta Sung.
O Copom faz sua última reunião do ano em 9 e 10 de dezembro, e os primeiros encontros de 2026 serão em 27 e 28 de janeiro e, depois, em 17 e 18 de março. É para essa reunião que Sung projeta um corte de meio ponto na Selic, para 14,5%.
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