Em um momento de maior cautela do mercado em relação à Rumo (RAIL3), o BTG Pactual enxerga justamente o ponto em que o risco começa a virar assimetria. Após um período marcado por pressão em tarifas e mudanças no ambiente competitivo, o banco avalia que a ação já precifica um cenário excessivamente negativo e passa a oferecer potencial de reprecificação à medida que os riscos começam a ser endereçados.
Segundo o BTG, a Rumo (RAIL3) foi impactada por uma convergência de fatores que fugiram ao controle da companhia, incluindo alterações na dinâmica do setor de grãos, maior concorrência com o transporte rodoviário e um ambiente de preços menos favorável. Esse conjunto levou o papel a níveis de valuation considerados historicamente baixos, mesmo com a empresa mantendo foco em execução operacional e disciplina financeira.
A leitura do banco é que o atual estágio do ciclo exige menos atenção ao curto prazo e mais foco na capacidade da companhia de reduzir incertezas ao longo do tempo, especialmente em temas como alocação de capital, eficiência operacional e estratégia comercial.
Rumo (RAIL3) preserva volumes e eficiência apesar da pressão em tarifas
O relatório destaca que, mesmo em um ambiente mais desafiador, a Rumo (RAIL3) conseguiu sustentar volumes relevantes e manter o desempenho operacional. A pressão sobre tarifas foi parcialmente compensada por ganhos de eficiência e controle de custos, o que permitiu à companhia entregar EBITDA em linha com as estimativas do BTG.
Na atualização do modelo, o banco projeta receita de R$ 13,7 bilhões em 2025 e R$ 14,1 bilhões em 2026. O EBITDA estimado é de R$ 8,1 bilhões em 2025 e R$ 8,4 bilhões em 2026, sustentado por volumes sólidos e margens resilientes. O BTG também reduziu as projeções de capex, movimento que ajuda a mitigar os efeitos de uma visão mais conservadora para tarifas no curto prazo.
BTG vê assimetria em RAIL3 mesmo com riscos no radar
Para o BTG, o ponto central da tese não é a eliminação dos riscos, mas o fato de que eles já estão amplamente refletidos no preço da ação. A Rumo (RAIL3) negocia a cerca de 6,3 vezes EV/EBITDA de 2026, patamar inferior à média histórica da companhia, o que cria espaço para uma reprecificação caso as iniciativas de redução de risco avancem.
No relatório, o banco afirma que “a convergência de disrupções no setor levou a ação a um nível de valuation sem precedentes, mas iniciativas de redução de risco em áreas como capex, preços e regulação devem ajudar a reprecificar os papéis ao longo do tempo”, mantendo recomendação de compra para a Rumo (RAIL3).
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