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Renda passiva: conheça os investimentos que podem oferecer um salário regular

Renda passiva, um dos sonhos de muitos investidores, foi tema de painel realizado neste domingo (29) no Suno Invest.

Renda passiva foi tema de painel no Suno Invest - Foto: iStock

A busca por renda passiva é um dos grandes sonhos de muitos investidores. O funcionamento de produtos que garantem um pagamento mensal recorrente, que garante previsibilidade para o orçamento e liberdade de tempo para o investidor, foi tema do painel “Investimentos que pagam: como criar um salário com sua carteira”, realizado neste domingo (29) no Suno Invest, em São Paulo.

A conversa foi conduzida pelo professor Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno, e contou com a presença de Gustavo Azdourian, sócio da Guardian, gestora dos FIIs GARE11 e GAME11, e de Gabriel Esteca, head de infraestrutura da Bocaina, gestora do FI-Infra BODB11.

Antes de falar dos produtos de sua empresa, Gustavo afirmou que o investidor interessado em renda passiva deve fazer o máximo para diversificar o portfólio e pulverizar o risco. Assim, sugere investimentos em fundos listados, fundos de crédito, ações e produtos de renda fixa. E recomenda, também, começar cedo. 

“É preciso aproveitar quando é mais cedo, porque os jovens têm disposição maior para risco, enquanto os mais experientes e próximos da aposentadoria devem buscar maior liquidez e menos risco”, explica o gestor.

Ele diz que seus fundos atuam com esse padrão. O GARE11, por exemplo, é a evolução de um fundo imobiliário de logística, o GALG11, que passou a investir em imóveis de varejo, ampliando seu tamanho e chegando a mais de 370 mil investidores. A tese de investimentos é a aquisição de imóveis locados a grandes empresas do setor.

Renda passiva: de onde vem a receita do GARE11?

Entre os locatários dos imóveis estão empresas como o Carrefour, o Grupo Mateus (GMAT3), rede de varejo com grande alcance no Nordeste, e o Grupo Pão de Açúcar – GPA (PCAR3). Os contratos são atípicos, com longa duração e previsão de multa equivalente aos alugueis restantes em caso de rescisão antecipada. “Isso segura o locatário e garante renda para o investidor com risco baixo”. explica o gestor.

Ele destaca também a gestão ativa do portfólio. Na semana passada, o FII anunciou a venda de 10 imóveis, com geração de valor para o cotista e redução da alavancagem. “Aproveitamos imóveis bem localizados, com possibilidade de expansão que podem resultar em supervalorização. Por exemplo, imóveis de varejo que podem dar lugar a edifícios residenciais”, explica Gustavo.

A opção pelo varejo alimentar se explica por uma avaliação simples. “O varejo alimentar é mais resiliente do que o varejo comum, porque em momentos de crise a pessoa tem mais chance de reduzir a compra de roupa que de comida, que é a última coisa que ela vai abandonar”, justifica o gestor.

“Bodão”: qual a tese de investimento de um FI-Infra?

Os FI-Infra (Fundos de Investimento em Infraestrutura) são produtos mais recentes com inspiração nos fundos imobiliários, que existem no Brasil desde 1993. A ideia é adquirir principalmente as debêntures incentivadas, que são títulos privados que financiam obras de infraestrutura necessárias para o desenvolvimento do país. 

Entre os setores estão transmissão e geração de energia, construção e manutenção de estradas e obras de rede de água e esgoto, entre outros serviços geralmente relacionados a concessões de longo prazo. “São contratos longos e com receita previsível, o que permite comparar esses ativos com títulos públicos de longo prazo, diante da previsibilidade do retorno”, explica Esteca, da Bocaina.

O BODB11, apelidado no mercado de “Bodão” por causa de seu ticker de negociação, oferece ao investidor a possibilidade de diversificar esse investimento e, assim, pulverizar o risco, além de facilitar o acesso do pequeno investidor ao mercado. Isso porque as debêntures incentivadas geralmente têm custo unitário em torno de R$ 1.000, enquanto as cotas do BODB11 fecharam na sexta-feira (27) cotadas a R$ 7,17.

Gabriel Esteca enxerga um potencial de crescimento no mercado, que teve R$ 134 bilhões de emissões em debêntures incentivadas em 2024 e alcançou mais R$ 63 bilhões em emissões até maio. “O Brasil ainda precisa muito de infraestrutura, e só para manter o que existia seria necessário investir o dobro dos valores atuais”, diz o gestor.

Esteca defende a manutenção da isenção de tributação sobre as debêntures incentivadas, ao contrário do que prevê a Medida Provisória 1.303, publicada pelo governo federal em 11 de junho, e ainda dependente de aprovação pelo Congresso. “Cada real isento rende outros R$ 9 em investimentos”, aponta.

Mas ele acredita que, mesmo que a MP seja aprovada como está, o setor continuará benéfico aos investidores atrás de renda passiva. “Mesmo que esse texto passe, a gente ainda está falando de tributação menor do que a renda fixa e que não deve atrapalhar o crescimento de nosso setor de infraestrutura”, conclui Gabriel Esteca.

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