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Saiba por que você deve ficar de olho na renda fixa em 2026

Expectativa de queda dos juros reforça o apelo da renda fixa para 2026.

Expectativa de queda dos juros reforça o apelo da renda fixa para 2026. Foto: IA

Depois de dois anos marcados por juros elevados, incertezas fiscais e volatilidade global, o mercado começa a redesenhar suas apostas para o próximo ciclo econômico. Nesse contexto, entender o que está por trás da precificação dos títulos e do comportamento das taxas de juros ajuda o investidor a enxergar por que a renda fixa pode voltar a ocupar um papel estratégico em 2026, não apenas pela rentabilidade nominal, mas pelo potencial de valorização dos ativos.

Segundo Guilherme Almeida, economista e head de renda fixa da Suno, o ponto de partida dessa análise passa necessariamente pelo ambiente macroeconômico e, principalmente, pela trajetória da política monetária. “Para o universo da renda fixa, uma variável é essencial: o rumo das taxas de juros. É ela que mexe diretamente com a precificação dos títulos”, afirma.

O pano de fundo macro e o peso dos juros

O cenário que se consolidou a partir de 2024 foi marcado por forte aversão ao risco. Naquele momento, o mercado convivia com dúvidas sobre o fiscal, inflação pressionada — especialmente em serviços —, expectativas desancoradas e um mercado de trabalho aquecido. A leitura predominante era de que o Banco Central teria dificuldade para conduzir a inflação de volta à meta, o que levou os juros a patamares historicamente elevados.

Esse movimento se refletiu diretamente na curva de juros. No fim de 2024, o mercado chegou a precificar taxas próximas a 16% em contratos de médio e longo prazo. “Esse ambiente fez com que os preços dos títulos de renda fixa se ajustassem para refletir um cenário mais pessimista”, explica Almeida.

Em 2025, apesar de alguma melhora marginal, o pano de fundo continuou semelhante. O investidor pessoa física, atraído por retornos elevados, migrou de ativos considerados mais voláteis para a renda fixa. Do outro lado, empresas e instituições financeiras aproveitaram a demanda aquecida para se financiar, assumindo passivos a um custo elevado.

Renda fixa e a dinâmica da curva de juros

Mais do que o nível atual da Selic, o que passa a ganhar relevância é a expectativa para os juros no futuro. É esse fator que influencia diretamente o preço dos títulos. Quando o mercado passa a esperar juros menores à frente, ocorre o chamado fechamento da curva, o que tende a valorizar ativos prefixados e indexados à inflação.

“Se a expectativa de juros cai, o preço dos títulos sobe. E quanto maior o prazo do papel, maior tende a ser essa valorização”, afirma o analista. Isso ajuda a explicar por que, ao longo de 2025, títulos com duration mais longa apresentaram desempenho superior, especialmente prefixados e Tesouro IPCA+.

Almeida ressalta que esse movimento não ocorre sem risco. “Quanto maior o prazo, maior a incerteza. Um título de dez anos reage muito mais às mudanças de expectativa do que um papel de curto prazo”, diz.

Expectativas para 2026 e o ciclo de corte

O mercado começa a enxergar um cenário mais construtivo para os próximos anos. As expectativas de inflação, captadas pelo Boletim Focus, mostram redução da dispersão e maior convergência em torno da meta. Esse processo de ancoragem abre espaço para que o Banco Central inicie um ciclo de afrouxamento monetário.

Há consenso de que os cortes devem ocorrer ao longo de 2026, ainda que o timing exato seja debatido. As projeções indicam uma Selic mais baixa nos anos seguintes, o que historicamente favorece ativos de renda fixa com componente prefixado.

Ao analisar ciclos anteriores de corte desde o início dos anos 2000, Almeida observa que os maiores retornos médios ocorreram justamente nesses períodos. “Nos ciclos de queda de juros, títulos prefixados e indexados à inflação, especialmente os de prazo mais longo, tendem a se destacar”, afirma.

O que o investidor deve observar

Mesmo diante de um cenário mais favorável, o analista reforça que a diligência segue sendo fundamental. “Juros elevados atraem pela rentabilidade, mas também pressionam o caixa de quem emite os títulos. Avaliar risco, prazo e qualidade do emissor continua sendo essencial”, destaca.

Para 2026, o recado é claro: acompanhar a trajetória da política monetária e a dinâmica da curva de juros pode fazer diferença na alocação. Em um ambiente de expectativa de cortes, a renda fixa deixa de ser apenas um porto seguro e passa a ser também uma fonte potencial de ganho com valorização dos ativos.

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