As ações da Petrobras (PETR4) estão operando em forte queda nesta sexta-feira (28), após a divulgação do plano de investimentos da companhia para o período entre 2026 e 2030. Por volta das 13h, os papéis preferenciais recuavam 2,28%, sendo negociados a R$ 31,66.
O novo plano prevê investimentos de US$ 109 bilhões para os próximos cinco anos, valor 1,8% menor que o apresentado no ciclo anterior. Segundo a Petrobras, a redução reflete um cenário de preços mais baixos do petróleo.
O documento enviado à CVM aponta ainda projeção de dividendos ordinários entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões no período. As estimativas fazem parte da estratégia de alocação de capital para os próximos anos.
Por que o planejamento da Petrobras (PETR4) decepcionou o mercado?
O plano apresentado pela petrolífera levantou dúvidas entre analistas pela combinação entre capex elevado, premissas macroeconômicas consideradas otimistas e menor flexibilidade financeira no curto prazo.
Para o Citi, embora o documento tenha vindo próximo do esperado, o recuo do capex total ficou abaixo do que o mercado projetava para os primeiros anos do ciclo, o que limita o espaço para ajustes em um cenário de petróleo pressionado. O banco ressaltou ainda que a Petrobras utiliza preços de Brent acima de suas projeções, o que pode elevar a alavancagem da companhia caso o mercado siga mais fraco.
Outro ponto de preocupação destacado pelos analistas está ligado ao impacto do ciclo de investimentos mais pesado. No relatório do BTG, os analistas afirmam que a combinação de capex elevado e Brent mais baixo indica uma trajetória de maior endividamento no curto prazo.
O Itaú BBA também chama atenção para a sensibilidade do plano a cenários de menor preço do petróleo. Para a casa, a estrutura atual deixa a empresa mais exposta a pressões no curto prazo. “A ausência de otimização de capex no curto prazo pode resultar em dividend yields de um dígito em cenários de Brent de 60 dólares por barril ou abaixo”, destaca a casa.
A instituição destaca ainda que essa dinâmica pode ampliar a distância entre geração de caixa livre e pagamentos de dividendos, especialmente se o preço do petróleo permanecer abaixo das premissas internas.
Nesse contexto, a projeção da estatal de dividendos da Petrobras (PETR4) entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões nos próximos cinco anos é vista como dependente de um ambiente externo mais favorável. Os relatórios apontam que, com premissas diferentes de câmbio ou Brent, a companhia pode enfrentar um cenário mais apertado para cumprir sua política de distribuição.
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