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Pão de Açúcar (PCAR3) despenca 7% e lidera baixas no Ibovespa; entenda por quê

Pão de Açúcar (PCAR3)

Pão de Açúcar (PCAR3). Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (25), as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) caíram 7,04%, cotadas a R$ 15,71. O motivo da queda foi um relatório do JP Morgan, que, dois dias antes da publicação do balanço da companhia no segundo trimestre de 2022 (previsto para este quarta), reduziu o preço-alvo do varejista de R$ 37 para R$ 21 e rebaixou a sua recomendação para os papéis de “compra” para “neutro”.

Os analistas do JP Morgan têm perspectivas pessimistas para as companhia, indicando menor visibilidade em catalisadores que poderiam impulsionar as ações do Pão de Açúcar. Veem a recuperação do varejo alimentar no Brasil como desafiadora, devido ao atual cenário inflacionário e macroeconômico, que deve demorar para mostrar resultados substanciais.

Além disso, o JP afirmou que a instalação do novo governo da Colômbia pode atrasar a monetização do grupo Exito, do GPA, que é líder do setor no país.

Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASAI3): preço-alvo elevado

O JP Morgan manteve a recomendação “neutra” para as ações do  Carrefour (CRFB3), elevando o preço-alvo dos papéis de R$ 21 para R$ 23, enquanto para o  Assaí (ASAI3) o JP recomendou “compra”, subindo o preço-alvo das ações de R$ 20 para R$ 23,50.

O Assaí, segundo o JP, tem potencial de crescimento médio anual composto, também conhecido como CAGR, de 20% no lucro por ação, nos próximos 5 anos.

Os analistas veem gatilhos positivos após as conversões das lojas do Extra Hiper ocorrerem depois do terceiro trimestre.

Já o Carrefour está bem posicionado para atuar como consolidador da indústria de varejo alimentar, diz o JP, afirmando que sua alta exposição ao cash&carry, em 70% das vendas, apoia um sólido fluxo de caixa para continuar crescendo. Assim, o Carrefour pode se tornar um dos varejistas de alimentos que mais crescem na América Latina, na visão do JP Morgan.

Nesta segunda-feira (25), as ações do Carrefour subiram 0,41% enquanto as do Assaí caíram 0,96%.

Quem do varejo vai brilhar no 2T22? XP analisa

A temporada de resultados do segundo trimestre de 2022 terá a divulgação de resultados das principais empresas de varejo alimentar nesta semana. Carrefour (CRFB3)Assaí (ASAI3) e Pão de Açúcar (PCAR3) devem divulgar seus resultados do 2T22 entre os dias 26 e 27 de julho. O que esperar dos números das varejistas alimentares?

A XP Investimentos espera que empresas do varejo alimentar apresentem os seguintes resultados no 2T22:

Vamos entender a seguir as perspectivas dos analistas para cada companhia de varejo alimentar.

Carrefour: vendas devem subir

O Carrefour divulga seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2022 na terça-feira (26).

Para os analistas da XP, a empresa deve entregar, novamente, resultados mistos. As vendas do grupo devem subir em 25% na comparação anual, e 17% na comparação trimestral, puxadas pelo desempenho do atacarejo, que deve subir 29% ante o ano passado e 20% em vendas nas mesmas lojas.

O desempenho do varejo alimentar deve seguir resiliente e com crescimento de vendas de 9% na comparação anual.

Entretanto, o varejo em geral, segundo os analistas, deve continuar enfrentando “ventos contrários”, causados pela alta da inflação e fraco desempenho da categoria “não alimentar”.

Portanto, estimam um lucro líquido para o grupo de R$ 400 milhões, queda de 29,3% contra o mesmo período no ano anterior.

A XP destacou que espera que a margem bruta e a margem EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do Atacadão fiquem estáveis em 14,7% e 6,7%. Além disso, esperam margens pressionadas para o segmento de varejo, com 22,7% de margem bruta e 4,9% de margem EBITDA.

Os resultados do Banco Carrefour também devem permanecer ligeiramente pressionados na comparação anual, em decorrência de níveis de inadimplência mais elevados.

Assaí: faturamento no varejo deve crescer

O Assaí divulga seus resultados do segundo trimestre de 2022 na quarta-feira (27).

A XP espera que a companhia entregue outro trimestre de resultados positivos, estimando um crescimento no faturamento de 33% na comparação anual e 17% na comparação trimestral, com continuação de vendas fortes desde o final do primeiro trimestre.

De acordo com os analistas, essas vendas foram alavancadas pela expansão da empresa no período, com abertura de 33 novas lojas nos últimos 12 meses e crescimento de 12% em vendas nas mesmas lojas.

Assim, a XP projeta um lucro líquido de R$ 156 milhões para o Assaí, queda de 49% na comparação anual, devido a maiores despesas financeiras advindas do maior endividamento da empresa, que faz frente aos pagamentos das lojas do Extra e também devido ao aumento das taxas de juros.

O trimestre deve ser impulsionado pela recuperação contínua no B2B, tradedown dos consumidores para o atacarejo e carnaval fora de época.

Em rentabilidade, a XP projeta uma margem bruta de 16%, enquanto a margem EBITDA deva ser de 7% na alavancagem operacional.

Pão de Açúcar: transição sem as lojas do Extra

Por fim, para o Pão de Açúcar, que também divulgará seus resultados do 2T22 na quarta-feira (27), o time de análise da XP projetou resultados mistos. Na sua visão o GPA ainda está em transição para uma realidade sem as lojas do Extra Hiper, que vendeu para o Assaí em 2021. Além disso, a XP enxerga a alta inflação como um desafio para a demanda.

A XP projeta um prejuízo de R$ 80 milhões no trimestre para o Pão de Açúcar, com maiores despesas financeiras. Entretanto, o Grupo Éxito deve continuar apresentando resultados sólidos, na avaliação da XP.

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