A Neoenergia (NEOE3) firmou dois acordos com empresas do grupo EDF no Brasil, envolvendo a Usina Hidrelétrica Dardanelos, localizada no Mato Grosso e operada pela Energética Águas da Pedra S.A. (EAPSA), que possui 261 MW de capacidade instalada.
O primeiro documento, um Contrato de Compra e Venda de Ações, estabelece que a Neoenergia transferirá para a EDF Brasil Hidro Participações a totalidade das ações que detém da EAPSA.
A negociação foi estruturada com um Enterprise Value total de R$ 2,515 bilhões. Desse montante, R$ 2,229 bilhões correspondem ao valor econômico calculado com base em dezembro de 2024, cifra que já contempla um earn-out estimado em R$ 67 milhões.
O valor remanescente, de R$ 286 milhões, decorre do ajuste pela variação do CDI entre dezembro de 2024 e a data da assinatura.
O preço final ainda passará por atualizações adicionais de CDI até o momento de conclusão da transação, além de ajustes usuais em operações desse tipo.
Além disso, também foi firmado um Acordo de Investimento entre a Neoenergia e a EDF Brasil Holding.
Esse segundo instrumento prevê que a Neoenergia fará um aporte de R$ 93,5 milhões na Hidro Participações, tendo participação de 25% em seu capital social.
A EDF Brasil Holding, por sua vez, realizará uma contribuição de R$ 280,5 milhões, permanecendo com os 75% restantes.
Assim, a Neoenergia continuará exposta à EAPSA, já que esse será o único ativo da Hidro Participações. Os valores adicionais necessários para a aquisição da usina serão obtidos por meio de financiamentos.
Detalhes do acordo da Neoenergia
O acordo também define que, até 2,5 anos após o fechamento da operação, a EDF Brasil Holding terá a opção de adquirir integralmente a fatia detida pela Neoenergia na Hidro Participações.
No mesmo período, a Neoenergia poderá optar por vender a totalidade de sua participação.
A efetivação dos contratos depende do cumprimento de condições regulatórias e societárias, entre elas a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por autoridades concorrenciais aplicáveis, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e por instituições financiadoras da EAPSA.
Segundo a Neoenergia, a operação está alinhada ao plano de rotação de ativos da companhia, voltado à otimização do portfólio e à geração de valor.
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