Na última quarta-feira (17), o Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar em quase duas décadas, e com um comunicado mais hawkish do que o esperado, jogou um balde de água fria nos investidores que ansiavam por um corte nos juros no curto prazo. Assim, o que se desenha é um cenário de taxas elevadas por mais tempo, o que tende a favorecer os ETFs de renda fixa.
Para a Itaú Asset, a sinalização do Banco Central é clara: o ciclo de cortes não deve começar tão cedo.
“O Copom foi mais hawkish que o esperado pelo mercado, sobretudo em suas projeções. A comunicação visa indicar que ainda existe trabalho a ser feito para levar a inflação à meta e que a barra para corte no curto prazo é alta. Entendemos que o cenário de inflação deve continuar melhorando à frente por conta do câmbio, mas o BC deve iniciar o ciclo de cortes apenas no início de 2026.”, avalia a gestora.
Na visão da casa, as aplicações prefixadas, ou seja, com taxa fixa, devem se beneficiar nesse contexto.
“Um investidor que compra um título com taxa de 14%, por exemplo, mantém essa rentabilidade anual até o vencimento do papel”, exemplifica.
A gestora comenta que projeções coletadas com agentes de mercado sugerem que há viés de queda nos juros a partir do próximo ano, abrindo espaço para que esses investimentos sigam performando de maneira positiva.
Nesse cenário, a Itaú Asset destaca o ETF IDKA11, que oferece investimento em títulos públicos prefixados com duration média de três anos e combina praticidade, eficiência tributária e performance consistente.
Com a Selic em 15%, os ETFs com títulos pós-fixados continuam atrativos
O time de research da Investo segue na mesma linha e enxerga uma janela rara de oportunidades para quem busca renda fixa.
“Com Selic em alta, os títulos pós-fixados continuam entregando retornos elevados, enquanto os papéis indexados à inflação de prazo mais longo oferecem a combinação de prêmio real robusto com proteção contra surpresas inflacionárias”, diz a gestora.
A casa destaca também que a atual conjuntura abre espaço tanto no mercado doméstico quanto no internacional.
“No exterior, há perspectiva de valorização com a queda dos juros. Aqui no Brasil, existe a possibilidade de capturar taxas reais historicamente altas, tanto no curto quanto no longo prazo”.
Entre as opções disponíveis para surfar essa onda, a casa cita o LFTS11, que acompanha títulos públicos pós-fixados de prazo acima de 2 anos, e o LFTB11, que investe em uma cesta de títulos públicos, com 91% dos ativos atrelados à Selic e 9% em NTN-B 2060.
ETFs de renda fixa: por que considerar?
Apesar de ainda pouco explorados no Brasil, os ETFs de renda fixa oferecem eficiência e diversificação ao portfólio. Cada cota representa uma cesta de títulos, dispensando a necessidade de selecionar papéis individualmente.
Outro atrativo está na tributação: não há cobrança de imposto sobre os cupons, e a alíquota fixa de 15% incide apenas sobre o ganho de capital, independentemente do prazo de aplicação. Essa característica elimina o “come-cotas”, imposto semestral que reduz a rentabilidade de fundos tradicionais.
Assim, com os juros ainda acima elevados, especialistas avaliam que os ETFs de renda fixa podem entregar bons ganhos acima do CDI, consolidando-se como uma alternativa cada vez mais relevante para os investidores no atual cenário.