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Itaúsa (ITSA4) deve sair de ‘vale’ de dividendos ao reduzir dívida bilionária, diz CEO: “Pagamos menos do que gostaríamos”

CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, durante o Panorama Itaúsa 2023 - Foto: Reprodução/Itaúsa

CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, durante o Panorama Itaúsa 2023 - Foto: Reprodução/Itaúsa

O atual CEO da Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setubal, voltou a afirmar que a holding financeira deve somente sair do atual fluxo de proventos – considerado baixo – quando reduzir significativamente seu patamar de alavancagem financeira e colher frutos de investimentos em controladas menores.

O CEO da Itaúsa afirmou que no momento atual a holding ainda foca ‘na consolidação de portfólio’.

“Em termos de dividendos, estamos em um ‘vale’, pagamos menos do que gostaríamos. Reduzindo alavancagem e investimento, esse fluxo de investimentos virá, e iremos compensar todo esse período”, declarou durante o Panorama Itaúsa 2023.

“Estamos visando reduzir a dívida de maneira progressiva: temos atualmente R$ 5 bilhões em dívida. Temos ‘triple A‘ [classificação de risco] das principais agências. O que temos são muitas debêntures no mercado, não é uma dívida bancária. Isso dá uma tranquilidade grande para o investidor”, acrescentou.

Atualmente a holding gasta cerca de R$ 1 bilhão ao ano no pagamento de juros, dado o seu endividamento.

A cifra é considerada elevada pela gestão, especialmente considerando que a companhia ‘vive de seus próprios dividendos‘.

Setubal ainda declarou que a companhia deve fazer caixa com novas vendas de ações da XP (XPBR31) – em linha com o que foi comunicado nas últimas alienações.

“Ainda temos um saldo de ações da XP para realizar, vamos fazer isso ao longo dos próximos meses com calma e tranquilidade”.

Foco da Itaúsa segue fora do setor financeiro

O executivo ainda declarou que “a grande âncora da Itaúsa é o Itaú Unibanco”.

Atualmente o Itaú (ITUB4) represente 85% dos ativos da companhia. Apesar disso, Setubal reiterou o foco da holding em companhias fora do segmento financeiro.

“Nesses últimos anos as oportunidades vieram com privatizações e concessões, e por isso entramos em infraestrutura, com a Aegea, CCR, por exemplo”, declarou.

A holding gastou R$ 11 bilhões em investimentos entre 2017 e 2022, conforme as informações divulgadas no Panorama Itaúsa 2023.

Além disso, a gestão vem dispendendo grandes cifras para cumprir com as obrigações contratuais da empresa.

O portfólio da Itaúsa contempla os setores de água e saneamento (Aegea), rodovias – CCR (CCRO3), bancos e instituições financeiras (Itaú e XP), indústria – Dexco (DXCO3), energia (Copa) e calçadista – Alpargatas (ALPA4).

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