As ações da IRB (IRBR3) acumulam queda superior a 80% nos últimos cinco anos, reflexo de uma série de eventos que abalaram a confiança do mercado.
Apesar disso, o papel continua chamando a atenção de investidores que acompanham os sinais de recuperação da companhia e questionam: já é hora de voltar a investir nas ações IRBR3?
Segundo João Daronco, analista CNPI da Suno, ainda é cedo para assumir riscos com o papel. “IRB é o exemplo de empresa que eu olho de longe. É um setor muito competitivo e a empresa precisou lutar contra isso ao mesmo tempo em que se reestruturava”, avalia ele.
Vale a pena investir em IRBR3?
Na avaliação de Daronco, a IRB enfrenta dois grandes desafios: um setor de resseguros com concorrência elevada e a necessidade de concluir sua própria reorganização interna. Para ele, a combinação desses fatores torna difícil formar uma convicção clara sobre o futuro da companhia.
“Quando eu não tenho convicção em algo, eu só deixo para o lado”, comenta o analista.
Apesar do cenário conturbado, o balanço do primeiro trimestre de 2025 da IRB mostrou lucro líquido recorrente de R$ 118,6 milhões. O montante indica um aumento de 49,9% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
De acordo com um relatório divulgado pela Genial, o resultado foi sustentado por um desempenho financeiro robusto, beneficiado por juros elevados e variação cambial. No entanto, segundo a casa, os dados operacionais mostraram fragilidade, com índice combinado de 103,7% e queda na emissão de prêmios. Isso reforça os limites para um crescimento mais consistente no curto prazo.
O que aconteceu com a IRB?
A crise da IRB teve início em 2020, após revelações de fraudes contábeis e divulgação de informações falsas envolvendo a Berkshire Hathaway. O escândalo levou à renúncia de executivos, à queda acentuada nas ações e a um prejuízo de R$ 1,5 bilhão naquele ano.
Desde então, a empresa passou por uma reestruturação em sua gestão e modelo de negócios. Apesar da recuperação parcial nos resultados, as ações IRBR3 ainda operam longe dos patamares vistos antes da crise.
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