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IPCA desacelera em outubro e fica abaixo das projeções; veja o que contribuiu

Inflação IPCA. Foto: iStock. inflação 2025 2024

Inflação IPCA. Foto: iStock.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,09% em outubro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado.

O resultado representa desaceleração em relação a setembro, quando o índice havia subido 0,48%, e é o menor para um mês de outubro desde 1998, quando foi registrado 0,02%. No acumulado do ano, o IPCA soma alta de 3,73%, enquanto nos últimos 12 meses, a variação é de 4,68%.

A principal influência negativa no resultado partiu da energia elétrica, que caiu 2,39% e retirou 0,10 ponto percentual (p.p.) do índice do mês. Segundo o IBGE, a redução se deve à mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a vermelha patamar 1, que reduziu o custo adicional na conta de luz.

Quais grupos contribuíram para a desaceleração do IPCA?

De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no índice, apresentou estabilidade em outubro, com variação de apenas 0,01%. A alimentação no domicílio caiu 0,16%, com destaque para as quedas do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Entre as altas, figuraram a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%).

“Destacaram-se as surpresas com as baixas, principalmente nos grupos de alimentação no domicílio e bens industriais. Em 12 meses, a alimentação no domicílio acumula alta de 4,53%, desacelerando em relação aos 5,97% do mês anterior”, destaca Lucas Barbosa, economista da AZ Quest.

Nos bens industriais, a alta foi de apenas 0,03%, ante expectativa de 0,24%. Já os serviços avançaram 0,41%, também abaixo da projeção de 0,43%. Os núcleos subjacentes de serviços subiram 0,33%, contra os 0,40% esperados.

Outros grupos que contribuíram para a desaceleração da inflação foram Habitação, com queda puxada pela energia elétrica residencial, e Comunicação, que registrou recuo de 0,42%. Em contrapartida, Vestuário (0,51%) e Saúde e cuidados pessoais (0,41%) tiveram altas mais expressivas.

De acordo com o economista da AZ Quest, o cenário de desaceleração inflacionária traz conforto ao mercado, especialmente em relação aos preços na categoria de bens industriais, influenciada pela melhora do câmbio.

Ele acrescentou que, embora os serviços ainda operem em níveis elevados, há sinais de moderação. “Os serviços seguem em patamares incompatíveis com a meta, mas a inflação de bens e alimentos tem desacelerado de forma consistente, o que poderá beneficiar os serviços por inércia”, avalia Barbosa com base no IPCA de outubro.

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