O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, avançou 0,20% em novembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE. O resultado ficou ligeiramente acima das projeções do mercado, que estimavam avanço de 0,18%.
O número mostra aceleração frente ao mês anterior, quando o IPCA-15 havia sido de 0,18%. Entre os principais destaques, estão as altas registradas nos grupos Despesas pessoais, Saúde e cuidados pessoais e Transportes, enquanto alguns itens sensíveis ao consumo das famílias continuaram em queda.
No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 chegou a 4,50%, movimento que coloca o indicador dentro do limite da meta de inflação, que considera tolerância de 1,5 ponto percentual. Na comparação anual, o resultado também veio abaixo do registrado em novembro de 2024, quando a taxa foi de 0,62%.
Veja o que contribuiu para o avanço do IPCA-15
A maior variação entre os grupos pesquisados ocorreu em Despesas pessoais, que subiu 0,85% e foi influenciada sobretudo por hospedagem e pacotes turísticos. O movimento contribuiu para elevar a prévia da inflação, reforçando o impacto do setor de serviços no índice.
Transportes avançou 0,22%, puxado pela alta de 11,87% nas passagens aéreas, que se tornaram o principal impacto individual do mês. Apesar disso, os combustíveis recuaram 0,46%, com quedas em gasolina, etanol e diesel. Em Saúde e cuidados pessoais, o aumento foi de 0,29%, com destaque para os planos de saúde.
Já Alimentação e bebidas voltou ao campo positivo depois de cinco meses de queda, ao subir 0,09% em novembro. A alimentação no domicílio seguiu em terreno negativo devido às reduções no leite longa vida, arroz e frutas. Entre os itens que subiram, batata inglesa, carnes e óleo de soja tiveram as maiores contribuições. A alimentação fora do domicílio acelerou e ajudou a reforçar a inflação em novembro.
No grupo Habitação, a variação foi de 0,09%. A energia elétrica residencial desacelerou a queda mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1, enquanto aluguel e condomínio voltaram a subir.
Segundo o economista Lucas Barbosa, da AZ Quest, o comportamento de alguns segmentos refletiu fatores sazonais. “Estamos no mês de Black Friday, então pode ser algum adiantamento de descontos […] Então pode ser isso que está explicando a surpresa para baixo dessa parte de vestuário e da parte dos não duráveis, com destaque para a higiene pessoal principalmente”, diz ele.
Além disso, o economista destaca que houve diferenças importantes entre as regiões pesquisadas, com efeitos locais que pesaram mais fortemente em determinadas capitais. “Tivemos algumas surpresas regionais no IPCA-15, principalmente na cidade de Belém, onde está acontecendo a COP30 e tivemos números bem mais pressionados do que a média do país para a parte de passagens aéreas, alimentação fora do domicílio e essa parte de hospedagem”, avaliou.
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