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Investimentos globais: o que recomendam os gestores e onde “apostar alto” em 2025

investimentos globais. Foto: iStock.

investimentos globais por meio de ETFs. Foto: iStock.: Unsplash

Com o mundo cada vez mais conectado, investir fora do Brasil deixou de ser privilégio de grandes fortunas. ETFs listados na B3, fundos com mandato global e até contas internacionais facilitam o acesso de investidores brasileiros a mercados e empresas de todo o planeta. Mas, em um cenário de juros altos, tensões geopolíticas e grandes transformações tecnológicas, onde estão as melhores oportunidades de investimentos globais globais para 2025?

O Suno Notícias conversou com Danilo Moreno, especialista de ETFs da Investo, Martin Iglesias, especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco e Flávio Vegas, especialista de produtos da Global X ETFs, para entender como montar uma carteira internacional equilibrada e identificar onde estão os setores com maior potencial de crescimento no médio e longo prazo.

O objetivo da Semana Temática Internacional do Suno Notícias conta com o apoio das gestoras Itaú Asset, Investo e Global X, e inclui matérias no portal, vídeos, newsletters e uma mesa redonda no YouTube com especialistas do mercado.

Para ver todos os conteúdos exclusivos da Semana Temática Internacional, basta clicar no link, onde vão estar reunidas todas as matérias e outras novidades que forem publicadas durante a semana.

Apostas para 2025: emergentes, tecnologia e transição energética

Para Martin Iglesias, o momento é favorável para as bolsas de países emergentes, para a renda fixa internacional e para ações americanas ligadas ao S&P 500

“Os mercados emergentes tendem a se valorizar com o dólar mais fraco. E nos EUA, setores como tecnologia, inovação e saúde continuam sendo boas apostas. Além disso, os juros elevados por lá também tornam a renda fixa internacional interessante, tanto pela segurança dos Treasuries quanto pelo retorno dos títulos corporativos.”, afirma.

Na mesma linha, Danilo Moreno destaca três temas estruturais em evidência: inteligência artificial, infraestrutura digital e energia nuclear. 

“Os EUA seguem sendo o polo de inovação, mas países asiáticos como Índia, Indonésia e Vietnã estão ganhando espaço, impulsionados por consumo interno e realocação industrial”, diz.

Já Flávio Vegas aposta em temas disruptivos como robótica, blockchain, criptomoedas, defesa e data centers. Ele também vê interesse crescente por mercados como a Argentina, que voltou ao radar com mudanças políticas e sinais de abertura econômica.

Como montar uma carteira internacional?

À primeira vista, pode parecer complicado montar uma carteira de investimentos internacionais. Segundo Iglesias, um dos passos iniciais é separar um percentual do seu patrimônio para se expor globalmente.

“Tudo depende do perfil do investidor. De modo geral, recomendamos uma exposição internacional mínima de 5%, mesmo para os mais conservadores. Já para perfis moderados e agressivos, a alocação pode ser mais significativa”, diz Iglesias. 

De acordo com Moreno, uma carteira equilibrada pode reservar entre 60% e 70% da alocação internacional para ativos consolidados, como ações globais ou renda fixa em dólar e usar o restante em estratégias temáticas, como inteligência artificial ou energia limpa. 

“Cada parte da carteira tem um papel. O importante é que a diversificação seja pensada de forma estratégica e não apenas geográfica.”

Vegas reforça a mesma lógica: segundo ele, uma boa estratégia é começar com renda fixa e índices amplos, e conforme o apetite por risco for aumentando, adicionar exposição a temas mais inovadores.

Riscos no radar

Apesar de reservar oportunidades, os investimentos globais também apresentam riscos. Um dos principais pontos que precisam estar no radar dos investidores são os juros nos Estados Unidos

“A trajetória dos juros nos EUA segue sendo o principal eixo de influência sobre os mercados globais, com impacto direto tanto na renda fixa quanto nos múltiplos de ações de crescimento”, diz Moreno.

Tensões geopolíticas também entram na lista, especialmente em regiões como Oriente Médio, Leste Europeu e Ásia.

“Conflitos armados, sanções e mudanças na cadeia de suprimentos podem impactar diretamente empresas e setores estratégicos”, complementa Iglesias.

Nessa linha, o protecionismo global também se torna um fator preponderante: “A guerra comercial entre EUA e China já afeta a indústria automotiva e o varejo de luxo. Essa fragmentação pode aumentar a volatilidade e exigir mais atenção do investidor”, complementa Moreno.

Como acessar os produtos internacionais?

Hoje em dia, investir no exterior está muito mais acessível para o brasileiro, já que é possível fazer isso sem, necessariamente, precisar abrir uma conta lá fora.

“ETFs listados na B3 são uma das formas mais simples e acessíveis”, diz Moreno. Produtos como WRLD11, GPUS11 ou USDB11, da Investo, permitem investir em ações globais, renda fixa e até ouro com proteção cambial e liquidez local.

Também é possível investir por meio de fundos internacionais, disponíveis em diversas plataformas. Para quem preferir, também é possível abrir uma conta em corretoras com operação nos EUA, como Avenue, Nomad ou Inter. “Essas contas oferecem acesso direto a ações, ETFs, renda fixa, fundos e até criptomoedas”, explica Vegas.

O ecossistema do Itaú, por exemplo, integra a Avenue e oferece acesso a investimentos globais com curadoria e suporte. “A escolha vai depender do grau de autonomia que o investidor deseja ter e da sua familiaridade com os mercados internacionais”, resume Iglesias.

Portanto, não faltam opções para quem deseja dar os primeiros passos no mercado global. O importante é usar essas possibilidades como um recurso adicional que faça sentido para a sua carteira e tese de investimentos.

“Não se trata de procurar o ativo da moda, mas sim de construir uma carteira internacional com lógica e consistência”, destaca Moreno. 

Essa matéria sobre investimentos globais não é uma recomendação de compra ou venda de ativos.

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