O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, um dos índices de inflação do país, subiu 0,1% em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira (11), pelo Departamento do Trabalho. No acumulado dos últimos 12 meses, o avanço foi de 2,4%.
O resultado registrou uma leve desaceleração, já que, em abril, o índice cheio do CPI teve alta de 0,2% na comparação mensal e acréscimo de 2,3% no confronto anual. Nos EUA, a meta de inflação é de 2% ao ano, no cálculo anualizado.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,1% em maio ante abril, segundo dados do Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o acréscimo foi de 2,8%. Em abril, o núcleo do CPI havia avançado 0,2% na comparação mensal e 2,8% no confronto anual.
“A leitura da inflação nos EUA em maio, com o índice cheio abaixo das projeções mas núcleo acima das expectativas, revela a complexidade do atual ambiente econômico global”, analisa Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital. Para ele, a persistência das pressões inflacionárias em determinados segmentos industriais exige cautela na estruturação de projetos e atenção às relações comerciais internacionais, principalmente diante de tarifas e custos que podem impactar o planejamento financeiro das empresas.
Inflação dos EUA: e os juros, como ficam?
Os resultados devem aumentar a pressão do presidente Donald Trump pela queda da taxa básica de juros, que está no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. O Fed (Federal Reserve) se reúne na próxima semana, nos dias 16 e 17 de junho, mas a tendência, segundo as projeções de mercado, é que ao menos neste encontro os índices sejam mantidos.
Segundo ferramenta de monitoramento do CME Group, o mercado financeiro ampliou expectativas de que o Fed começará a reduzir juros apenas em setembro, após a leitura mais suave que a esperada da inflação. As probabilidades de redução acumulada de 50 pontos-base (pb) ou mais ao longo deste ano também aumentaram,
Por volta das 9h50 (de Brasília), a chance de corte de juros em algum nível em setembro subiu a 64,2%, de 57,2% antes do CPI, com precificação majoritária de redução de 25 pontos-base (55,3%) na ocasião. Já a probabilidade de manutenção dos juros caiu de 42,8% a 35,8%.
“Para os investidores, o cenário demanda atenção redobrada à gestão de riscos, já que juros elevados nos EUA tendem a manter o dólar forte e impactar o fluxo de capitais para mercados emergentes. Além disso, setores expostos às cadeias globais de suprimentos e à volatilidade de custos (como commodities, energia e indústria) podem sofrer com margens comprimidas”, avalia Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital.
Com Estadão Conteúdo
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