Ícone do site Suno Notícias

Ibovespa atinge novo recorde e embala sequência de máximas com alívio técnico e apostas em corte de juros

Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa encerrou esta terça-feira (11) em novo patamar histórico, alcançando 158.467 pontos, após avanço de 2,07%, no 15º pregão consecutivo de ganhos — o mais longo em mais de três décadas. O rali é sustentado por fatores técnicos, inflação mais baixa e expectativa de início do ciclo de cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

O principal índice da B3 acumula alta superior a 30% em 2025, embalado pela combinação de inflação controlada, juros elevados que seguem atraindo fluxo estrangeiro e melhora do ambiente global de apetite ao risco.

Inflação mais baixa reacende apostas em queda da Selic

O movimento positivo da Bolsa foi impulsionado pelos dados do IPCA de outubro, que registrou alta de apenas 0,09%, abaixo da expectativa de 0,16%. O resultado reforçou a percepção de que a trajetória de desinflação permanece firme e abriu espaço para apostas de corte da Selic já em janeiro.

Na ata da última reunião, o Copom reconheceu o impacto limitado da recente mudança no Imposto de Renda sobre as projeções de inflação e demonstrou confiança de que manter a taxa básica em 15% por um período prolongado é suficiente para garantir o controle de preços.

“O texto indica confiança de que a estratégia atual está funcionando”, avaliou a equipe econômica do Itaú BBA em relatório.

No mercado de juros futuros, as taxas recuaram em toda a curva, refletindo a leitura de um cenário mais ameno para a política monetária. Setores sensíveis ao custo de crédito, como varejo e construção civil, reagiram com força — entre as maiores altas do dia estiveram CVC, Magazine Luiza, MRV e Cyrela.

Ambiente externo reforça o rali do Ibovespa

Lá fora, os sinais de alívio vieram com a aprovação, pelo Senado dos Estados Unidos, de um acordo para encerrar o shutdown que já durava 41 dias, o mais longo da história norte-americana. A expectativa é de que a Câmara vote o texto nesta quarta-feira (12), abrindo caminho para a sanção do presidente Donald Trump.

A perspectiva de reabertura do governo, somada à aposta de cortes nos juros americanos, estimulou o apetite global por risco e fortaleceu as bolsas de Nova York e da Europa. O movimento pressionou o dólar, que caiu abaixo de R$ 5,30 no mercado doméstico, acompanhando o recuo da moeda frente a outras divisas.

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a combinação de fatores internos e externos explica a força da bolsa brasileira neste momento. “O avanço nas negociações para encerrar o shutdown e a inflação controlada reforçam o otimismo dos mercados. O cenário de juros elevados e inflação sob controle continua atraindo fluxo estrangeiro para renda fixa e bolsa”, afirmou.

Sair da versão mobile