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Ibovespa recua após recorde histórico em dia de liquidez baixa

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Ibovespa. Foto: iStock

Ibovespa encerrou esta quinta-feira, 27, em leve queda, interrompendo a sequência de máximas que havia levado o índice ao maior patamar da história na véspera. Com os mercados americanos fechados pelo feriado de Ação de Graças e o volume reduzido na B3, o pregão brasileiro avançou sem grandes catalisadores, enquanto investidores digeriam dados fracos de emprego e aguardavam a superquarta da próxima semana.

O indicador mais relevante do dia veio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Em outubro, o Brasil criou 85.147 vagas formais, o pior resultado para o mês desde o início da série do Novo Caged, em 2020. A fraqueza do número trouxe dúvidas sobre o ritmo da atividade, mas também reacendeu expectativas de corte de juros no início de 2026.

Segundo Fabio Louzada, economista e co-fundador da Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças, o dado reforça uma leitura de desaceleração. “Com o Caged mostrando possivelmente um menor aquecimento da economia, temos uma chance maior de queda de juros mais próxima”, afirmou. Ainda assim, a projeção majoritária no mercado é de manutenção da Selic em 15% na reunião do Copom da próxima semana.

As falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante um evento da Itaú Asset, reforçaram a necessidade de cautela. Analistas afirmaram que ele não trouxe novidades capazes de alterar o entendimento de que o colegiado deve seguir conservador.

Liquidez reduzida domina o pregão

Com a completa ausência de negócios nos Estados Unidos, o volume negociado ficou em R$ 12,46 bilhões, menos da metade da média de novembro. Sem referências externas e com agenda local enxuta, a Bolsa oscilou perto da estabilidade ao longo de quase toda a sessão.

Fernando Bresciani, estrategista de investimentos do Andbank, descreveu o dia como marcado pela falta de direção. “As bolsas na Europa operam levemente positivas, enquanto nos Estados Unidos o feriado mantém os mercados praticamente parados. Por aqui, vemos dólar em alta, DI estável e a bolsa zero a zero”, afirmou.

No câmbio, o dólar avançou em um movimento considerado técnico por analistas. Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o feriado intensificou a volatilidade. “Depois de três dias consecutivos de valorização do real, o movimento técnico de realização e ajuste ganhou força”, disse. A rolagem de contratos futuros antes da última Ptax de novembro também contribuiu para o comportamento mais volátil.

Superquarta deve definir o tom dos mercados

Os investidores passaram o dia calibrando apostas para a semana que vem, quando o Federal Reserve e o Copom divulgarão suas decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, quatro leituras mais fracas do mercado de trabalho alimentam a visão de corte de juros ainda este ano. No Brasil, o foco recai sobre o comunicado e, principalmente, sobre a ata.

Bresciani lembra que o investidor deve encontrar um ambiente mais sensível à comunicação dos bancos centrais. “O foco será o comunicado e a ata para indicar se o corte de juros pode começar já em janeiro ou se vai ficar para março”, afirmou.

Destaques do dia na B3

Entre as ações mais movimentadas do ibovespa, Petrobras PN subiu 0,53%, com o mercado aguardando a divulgação do plano de investimentos 2026–2030 após o fechamento. Vale ON recuou, mesmo com o minério em alta na China. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN, Banco do Brasil ON e Bradesco PN registraram quedas moderadas, enquanto Santander Brasil Unit operou perto da estabilidade. Hapvida ON renovou mínimas, enquanto Raízen PN e Vibra Energia ON avançaram, amparadas por operações recentes contra fraudes no setor de combustíveis.

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