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Ibovespa fecha no maior nível desde 27 de março com retórica branda de Trump

Ibovespa atinge novo recorde histórico de fechamento aos 144 mil pontos.

Ibovespa atinge novo recorde histórico de fechamento aos 144 mil pontos.

O Ibovespa fechou em alta de 1,34% nesta quarta-feira, aos 132.216,07 pontos. Trata-se do maior nível de fechamento desde 27 de março, quando a referência da B3 fechou aos 133.148,98 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,2 bilhões.

O mercado reagiu positivamente à retórica mais branda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tanto com relação às tarifas contra a China quanto sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O rali só não foi mais expressivo por conta da queda de mais de 2% dos contratos futuros de petróleo, que pesam nos papéis de petrolíferas como Petrobras.

Trump afirmou que as tarifas de 145% sobre a China são “muito altas”. O republicano pontuou que o nível tarifário “não vai ser zero”, mas destacou que a tendência é de que caia “bastante”. Fontes ouvidas pela Dow Jones indicam que o governo Trump considera reduzir as tarifas sobre a China para algo entre 50% e 65%.

“Se Trump continuar nessa linha mais equilibrada, devemos ver uma recuperação das bolsas. Agora, se ele voltar a adotar uma postura mais radical, o mercado pode voltar a piorar como um todo”, alerta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.

O analista Felipe Moura, da Finacap, considera que os investidores entendem que Trump “joga a bomba, uma ideia absurda, e depois recua para começar a negociação”. Com isso, há “maior benefício da dúvida sobre possíveis negociações com a China”, acrescenta.

Motivo de alvoroço nos mercados americanos na segunda-feira (quando era feriado de Tiradentes no Brasil), os atritos entre Trump e Powell também parecem ter perdido força. O presidente dos EUA afirmou que “não tem intenção” de demitir o presidente do Fed.

Na ponta positiva, a JBS (JBSS3, +6,38%) foi beneficiada pelo avanço no processo de dupla listagem, via BDRs na B3 e também na Nyse. Entre as blue chips, grandes bancos avançaram em bloco, da Unit do Santander Brasil (SANB11, +0,52%) até a ação ordinária do Bradesco (BBDC3, +3,30%), enquanto Vale (VALE3), que divulga balanço do primeiro trimestre de 2025 nesta quinta-feira (24), avançou 1,19%.

Já a Petrobras caiu 1,13% (PETR4) e 0,73% (PETR3), penalizada pelo recuo de 2% dos contratos futuros de petróleo, após a Reuters revelar que diversos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) têm feito pressão para acelerar a retomada da produção a partir de junho.

“O dado semanal mostrou que os estoques estão acima do esperado. Com toda a confusão da semana passada, o mundo ficou meio travado nesse clima de incerteza. Mas, se Trump seguir nessa linha mais moderada — como parece que vai ser —, os estoques tendem a se normalizar e o petróleo deve começar a se recuperar”, completa Bresciani, do Andbank.

Ibovespa: veja as principais altas e baixas

Bolsas americanas também fecham com dia positivo

As bolsas de Nova York ampliaram os ganhos da semana, também com reação positiva à posição mais amena de Trump. O Dow Jones subiu 1,07%, aos 39.606,57; o S&P 500 avançou 1,67%, aos 5.375,86 pontos; e o Nasdaq teve alta de 2,50%, aos 16.708,05 pontos.

A Tesla reportou uma queda no lucro líquido no primeiro trimestre, devido ao recuo nas vendas e ao impacto negativo das atividades políticas do CEO Elon Musk sobre os consumidores. Ainda assim, a ação da montadora de veículos elétricos subiu 5,34% após Musk afirmar, na teleconferência de resultados, que o tempo que tem dedicado ao Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge) “cairá significativamente” a partir de maio.

Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, acredita que Trump tenta Jerome Powell como bode expiatório. “Fica claro que Trump precisa de alguém para poder colocar a culpa no caso dessa sua movimentação tarifária acabar provocando problemas para a economia dos Estados Unidos, com inflação alta, e talvez Powell seja uma dessas pessoas que ele irá culpar. Então, todo esse imbróglio havia estressado os mercados. E quando ele começa a ceder com discurso mais calmo, a temperatura muda”, aponta o especialista.

Com Estadão Conteúdo

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