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Ibovespa rompe 161 mil pontos e engata 15º recorde: qual a força por trás do rali

Ibovespa hoje

Ibovespa hoje. Foto: Pixabay

Ibovespa voltou a testar os próprios limites e encerrou esta terça-feira na máxima do dia, acima dos 161 mil pontos, engatando mais um recorde e ampliando a série de novas marcas que tem marcado o fim de 2025. O avanço consolidou a 15ª alta histórica em 26 pregões, num movimento sustentado pelo ambiente externo positivo e pelo reposicionamento dos investidores diante da perspectiva de juros mais baixos.

O que impulsionou o rali

A Bolsa oscilou entre 158.611 e 161.092 pontos, com alta de 1,56% na máxima e giro financeiro de 24,5 bilhões de reais. A leitura mais fraca da produção industrial de outubro, com alta de apenas 0,1% na margem, reforçou a percepção de desaceleração da atividade e ajudou a fechar a curva de juros. O movimento favoreceu companhias cíclicas e deu tração ao rali ao longo da tarde.

O cenário internacional também ajudou. Os índices de Nova York avançaram de forma moderada, reforçando o apetite global por risco. A combinação de juros futuros mais baixos e melhora externa sustentou o avanço da B3 ao longo do pregão.

Maiores destaques do dia

O setor financeiro puxou o índice, com Santander Unit em alta de 2,62% e Itaú PN avançando 2,23%. Petrobras teve desempenho moderado, beneficiada pela leve recuperação no fim da sessão, enquanto Vale ON ganhou força após o Vale Day em Londres. O corte no guidance de produção e a sinalização de menor Capex agradaram ao mercado, reforçando expectativas de caixa e dividendos mais robustos.

Entre as maiores altas do dia estiveram CVC, Vamos e Localiza. Os papéis cíclicos dominaram o ranking positivo, beneficiados pelo fechamento da curva de juros. Apenas cinco ações entre as 82 do índice terminaram no negativo.

O que esperar do Ibovespa

Para analistas, o movimento recente é sustentado por fundamentos. A combinação de bolsa descontada, empresas gerando caixa e expectativa de flexibilização monetária cria um pano de fundo favorável para a renda variável. O ambiente externo, marcado por apostas de cortes adicionais de juros nos Estados Unidos, adiciona impulso adicional ao fluxo para emergentes.

A leitura estrutural também tem sido revisada. “A sequência de recordes do Ibovespa reflete a queda das taxas longas de juros no mundo e a expectativa de novos cortes pelo Fed, que têm alimentado o apetite global por risco”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Ele acrescenta que a baixa alocação histórica em ações e a fraqueza do dólar favorecem mercados emergentes. “O movimento pode continuar até o primeiro semestre do ano que vem, antes de uma fase mais volátil. A partir do segundo semestre de 2026, o cenário eleitoral deve assumir protagonismo e se tornar o principal driver do Ibovespa”, diz.

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