O fundo de investimento imobiliário HGLG11 convocou assembleia geral extraordinária para deliberar sobre a incorporação dos FIIs LVBI11 e PATL11, ambos pertencentes ao mesmo ecossistema de imóveis logísticos da Patria Real Estate. A votação dos cotistas ocorrerá em regime de consulta até as 23h59 de 29 de dezembro, e os investidores de LVBI11 e PATL11 também precisarão aprovar a proposta. A iniciativa marca mais um passo no movimento de consolidação do portfólio logístico sob gestão da Patria, que busca ganhos de escala e eficiência operacional.
Na última divulgação de 31 de outubro, o patrimônio líquido combinado dos três fundos somava R$ 7,8 bilhões, com um portfólio consolidado de 42 propriedades e mais de 2 milhões de m² de ABL. Esses números ainda não refletem integralmente os recursos captados na 10ª emissão do HGLG11, que arrecadou R$ 1,397 bilhão concluída no início desta semana. A base de ativos também não incorpora integralmente transações em andamento com CYLD11 e VILG11, além de outras negociações no mercado.
Além das incorporações principais, a operação pode incluir dois FIIs fechados monoativos. Em caso de aprovação, os cotistas dos fundos incorporados receberão novas cotas do HGLG11 e, se aplicável, compensação financeira decorrente da liquidação dos veículos a serem encerrados. A expectativa é de uma estrutura de troca que preserve a proporcionalidade econômica e a transparência na transição.
Consolidação e sinergias do HGLG11 na Patria Real Estate
A Patria tem acelerado sua estratégia de consolidação ao longo de 2024. Operações anteriores incluíram a integração dos FIIs de papel BARI11 e PLCR11 ao CVBI11, hoje negociado como PCIP11, e a incorporação dos ativos de BPFF11 por RVBI11, atualmente PSEC11. Essas fusões reforçam a tendência de simplificação de estruturas e redução de custos, ampliando liquidez e poder de negociação.
No eixo de aquisições, o HGLG11 anunciou a compra de oito propriedades logísticas na semana passada. Quatro ativos eram do VILG11, em Extrema (MG), Osasco (SP) e Serra (ES), somando pouco mais de 200 mil m² de ABL. A mesma transação incluiu 72% do Betim Business Park, com 31.944 m² de ABL própria. O negócio totalizou R$ 850,72 milhões, com R$ 603,3 milhões pagos por subscrição de 3.719.309 cotas da 10ª emissão, R$ 47,3 milhões para amortização de securitizações e duas parcelas futuras de R$ 120 milhões (18/12/2026) e R$ 80 milhões (18/12/2027), a 8% ao ano.
Em negociação separada, o CYLD11 cedeu três ativos logísticos na região metropolitana de São Paulo. O pacote inclui 34,73% de um imóvel em Guarulhos, com compromisso de aquisição do saldo, e 100% de galpões em Embu das Artes e na zona leste da capital, adicionando mais de 185 mil m² de ABL. O valor foi de R$ 807,85 milhões, com pagamento imediato de R$ 404,893 milhões em cotas, R$ 35,361 milhões em espécie, assunção de dívidas de R$ 173 milhões e duas parcelas corrigidas pelo IPCA: R$ 61,2 milhões (dez/2026) e R$ 121,1 milhões (dez/2027).
Ao avançar com a incorporação de LVBI11 e PATL11, o HGLG11 consolida um portfólio de escala relevante, fortalece sua base de receitas e aprofunda sinergias operacionais em logística, com potencial de melhorar liquidez das cotas e previsibilidade de resultados para seus cotistas.
