A crise enfrentada por varejistas como Americanas (AMER3), Tok&Stok e Marisa (AMAR3) respingou no setor dos fundos imobiliários. Nesta sexta (3), o Itaú BBA fez ajustes na sua carteira recomendada de FIIs, diminuindo a exposição ao caos da empresa de Jorge Paulo Lemann e seus sócios. Porém, os analistas “adicionaram” a preocupação com a loja de moda.
“As pressões na curva de juros continuam presentes e impactando as cotações dos fundos imobiliários, ao mesmo tempo em que o mercado enfrenta as questões envolvendo as locatárias dos galpões logísticos: Americanas, Marisa e Tok&Stok – as três empresas apresentaram problemas de inadimplência e impactaram os fundos imobiliários de galpões logísticos, direta ou indiretamente”, contextualizaram os analistas do BBA Larissa Nappo e Marcelo Potenza.
Assim, para diminuir os riscos com Americanas e Tok&Stok, a posição dos FIIs BRCO11, LVBI11 E VILG11 foi reduzida de 10% cada para 7,5% cada.
Contudo, esse espaço aberto na carteira foi ocupado pelo FII KNRI11, que sofreu um calote da Marisa no mês passado.
“De maneira direta, fomos surpreendidos com a notícia da inadimplência da Marisa um dia depois de recomendarmos a compra de KNRI11. Porém, por se tratar de um fundo diversificado e muito bem tocado, além do provento não ser impactado, ele deve aumentar para a faixa de R$ 0,95/cota, ante os R$ 0,91/cota que o fundo vinha pagando nos últimos meses”, ressaltaram os profissionais.
Fundos imobiliários: Carteira recomendada do Itaú BBA
Com essas alterações, a carteira recomendada de fundos imobiliários do Itaú BBA para março de 2023 está dividida da seguinte forma:
| Fundos imobiliários: Carteira Itaú BBA Março/23 | ||
| HGRU11 | Misto | 7,5% |
| HSML11 | Shoppings | 5% |
| VILG11 | Logístico | 7,5% |
| BRCO11 | Logístico | 7,5% |
| LVBI11 | Logístico | 7,5% |
| KNRI11 | Híbrido | 7,5% |
| PVBI11 | Lajes corporativas | 7,5% |
| RBRP11 | Misto | 5% |
| KNIP11 | Ativos Financeiros | 11,25% |
| HGCR11 | Ativos Financeiros | 11,25% |
| KNHY11 | Ativos Financeiros | 11,25% |
“Mantemos nossa perspectiva otimista para o mercado imobiliário no médio e longo prazo. Mesmo considerando o atual patamar da taxa de juros, esperamos que os fundos imobiliários continuem com uma boa relação risco retorno versus outras classes de ativos”, destacaram.
No entanto, incertezas em relação ao cenário político, além dos riscos fiscais brasileiros, podem trazer volatilidade no curto prazo.
“Precisamos acompanhar de perto o movimento na curva longa de juros, mas, de forma geral, a situação econômica deve ser analisada em paralelo, pois uma alta de juros e inflação, acompanhada de uma economia forte, pode ser benéfica aos FIIs“, alertaram os analistas do BBA.
Esta reportagem não é uma recomendação de investimentos em fundos imobiliários.
