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Fed vai avaliar se precisa ir além da taxa neutra para conter inflação, diz dirigente

Ata do Fed

Fed - Foto: Reprodução Facebook

A Presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly afirmou na última terça-feira (22) que o quadro atual requer um aperto na política monetária dos Estados Unidos, para conter a inflação.

De acordo com ela, o Fed terá inclusive de avaliar se é o caso de ir “além da taxa neutra” para controlar a trajetória dos preços, mas a dirigente não mencionou um nível específico.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Daly concedeu entrevista durante evento virtual do Brookings Institution, e admitiu que o Fed ainda não conseguirá neste ano atingir a meta de inflação em 2%, mas disse que a expectativa é que a inflação perca fôlego ao longo deste ano.

A guerra na Ucrânia e seus efeitos e também os problemas na cadeia de produção foram reconhecidos como riscos importantes no radar pela autoridade. Daly argumentou, contudo, que o aperto monetário é adequado no quadro atual.

Daly lembrou que a guerra entre Rússia e Ucrânia eleva a pressão sobre a inflação, em momento de preços já elevados. O conflito afeta os mercados de commodities e um choque na oferta de petróleo poderia limitar o crescimento, mas o contexto é distinto do choque visto nos anos 1970, comparou ela, lembrando que agora o país produz muito mais nessa área.

Questionada sobre o mercado de Treasuries, Daly disse que o monitora, mas considerou que não necessariamente uma inversão na curva de juros dos bônus é um prenúncio certo de inflação. Para ela, o retorno da T-note de 10 anos está baixo por “várias razões compreensíveis”, no atual quadro, inclusive pela busca por segurança entre investidores.

Fed está preparado para fazer o necessário nos EUA

Mary Daly falou, em entrevista à Bloomberg, que o Fed está preparado para fazer o necessário para garantir a estabilidade de preços. Segundo ela, os dados vão dizer o quanto de aperto monetário é necessário nos Estados Unidos, mas tudo está “na mesa”, inclusive aumentar os juros em 50 pontos-base.

No entanto, Mary destacou que o Fed deve evitar mover rapidamente o aperto monetário, para não ser tão “disruptivo”. “Continuamos comprometidos com a meta da inflação e o pleno emprego“.

Com relação à guerra na Ucrânia, a dirigente do Fed afirmou que o crescimento global deve desacelerar — mas há poucas chances de os Estados Unidos passarem por uma recessão. “Invasão da Ucrânia é um risco para a inflação dos EUA e um choque de incerteza”, ponderou.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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