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Evergrande: China injeta US$ 15,5 bilhões no sistema financeiro e visa estatização

Bolsa da China é catalisador de quedas em meio a surto de Covid-19 - Foto: Pixabay

China - Foto: Pixabay

O Banco do Povo da China (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 15,5 bilhões no câmbio atual) no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de 14 dias nesta segunda (27) tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da Evergrande.

Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande.

Na quinta-feira (23), uma subsidiária da empresa falhou em honrar o pagamento de juros sobre bônus externos. Desde a semana passada, circulam relatos de que o governo chinês irá reestruturar a Evergrande e estatizá-la.

As preocupações de que a Evergrande não pague seus bônus neste mês geraram vendas de papéis de outras companhias no setor imobiliário, pesando sobre fundos gerenciados por Ashmore Group, BlackRock e Pacific Investment Management, entre outros.

Enquanto os bônus da Evergrande eram negociados a cerca de US$ 0,25 em boa parte de setembro, se disseminaram as vendas de bônus de outras grandes incorporadoras da China.

O temor de contágio dos problemas atingiu bolsas e retornos dos bônus nos EUA na segunda-feira (20).

Nos últimos anos, gerentes de ativos do Ocidente passaram a comprar cada vez mais bônus corporativos da China nos últimos anos, apesar dos sinais de uma bolha imobiliária.

Os compradores almejavam investimentos que pagassem mais que os retornos modestos de seus mercados domésticos e poderiam se beneficiar do crescimento forte do país, em comparação com mercados desenvolvidos.

Entenda o caso Evergrande

Tudo começou quando a Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da China, veio a público no dia 14 afirmar que há uma possibilidade de calote, já que a companhia pode não conseguir honrar suas dívidas. Atualmente, a companhia possui um compromisso que passa dos US$ 300 bilhões.

Com um montante tão grande a ser pago, analistas começaram a alertar para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chinês, o que eventualmente também geraria problemas nos mercados e nas economias internacionais. A Evergrande também tomou empréstimos em outros países.

Na ocasião, a companhia alega estar sob “tremenda pressão” e estende o risco de calote para os próximos meses, o que derrubou as ações da Evergrande, fundada em Guangzhou, na China, mas listada na bolsa de Hong Kong.

Apesar de uma recuperação recente, a Evergrande já acumula queda de 81% nos seus papéis desde o início do ano.

Com informações do Estadão Conteúdo

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