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ETFs ganham espaço no Brasil: veja as perspectivas do segmento

ETFs

ETFs. Foto: Unsplash

Muito difundidos nos Estados Unidos, os ETFs (fundos de índice) começam a ganhar relevância também no Brasil. Com custos inferiores aos de fundos tradicionais e maior liquidez, eles trazem benefícios para o investidor e foram destaque no ETF Week 2025, evento realizado na B3 que reuniu reguladores, executivos e gestores para debater o futuro do setor.

Nos EUA, os ETFs já representam um dos pilares da indústria de investimentos, com patrimônio que supera o dos fundos convencionais. O número de ETFs listados por lá já ultrapassa o de ações individuais. 

No Brasil, embora ainda em amadurecimento, esse mercado se expande e se torna mais sofisticado a cada ano. Com facilidade de negociação e acesso a diferentes classes de ativos — de renda fixa a cripto —, os ETFs despontam como instrumentos centrais na nova fase do mercado financeiro nacional.

Cenário global e perspectivas para o Brasil

A indústria de ETFs já movimenta trilhões de dólares no mundo e deve se tornar ainda mais dominante nos próximos anos. “Os ETFs vão dominar a indústria de investimentos”, afirmou Renato Nobile, CEO da Buena Vista. Ele ressaltou que esse veículo hoje concentra grande parte da inovação financeira, pela flexibilidade e pelo custo competitivo.

“O Pix foi uma revolução nos pagamentos. Os ETFs terão efeito parecido para os investimentos”, comparou Andrés Kikuchi, da Nu Asset.

No Brasil, o setor ainda é jovem, mas cresce rapidamente. De acordo com Thalita Forne, superintendente de Equities da B3, o volume médio diário de negociação subiu de R$ 300 milhões em 2018 para R$ 1,8 bilhão em 2025, com taxa de expansão média de 20% ao ano. “Já são mais de 650 mil investidores pessoa física posicionados em ETFs”, destacou.

Rogério Santana, diretor de relacionamento da B3, reforçou que a tendência é irreversível: “Os ETFs se tornaram extremamente relevantes no mundo, em alguns países já superam a indústria tradicional de fundos. No Brasil, o processo está em pleno avanço, com crescimento acelerado”.

Cauê Mançanares, CEO da Investo, lembrou que o Brasil segue os passos do exterior. “Nos EUA, levou 10 anos para atingir o estágio atual e outros 10 para acelerar exponencialmente. Aqui ainda estamos no começo, mas espero que não leve tanto tempo.”

Diversificação e acesso internacional

Um dos principais atrativos debatidos no evento foi o uso dos ETFs como porta de entrada para investimentos globais. Keegan Ball, da J.P. Morgan, destacou que os BDRs de ETFs eliminam barreiras: “A aplicação em ETFs globais facilita a exposição internacional, sem necessidade de abrir conta fora do país e com negociação em reais”.

A BlackRock, que recentemente ampliou para 181 o número de ETFs listados na B3, reforçou a importância da diversificação internacional. Cindy Shimoide lembrou que esperar pelo “momento certo” para diversificar no exterior raramente gera melhores resultados. “A ideia parece intuitiva, mas os dados mostram que não é bem assim”, afirmou.

Nobile reforçou que os ETFs já são vistos como instrumentos versáteis. “São veículos que permitem qualquer tipo de alocação em qualquer classe de ativo.”

Flavio Vegas, da Global X, acrescentou: “Com um ETF internacional listado na B3, o investidor não precisa abrir conta no exterior nem lidar com remessas cambiais”.

Inovação: cripto e smart beta

Além de ações e renda fixa, os ETFs vêm expandindo fronteiras. No Brasil, já são 24 fundos listados que acompanham índices de criptoativos, movimentando em média R$ 100 milhões por dia. Para João Piccioni, da Empiricus Asset, ignorar esse setor pode custar caro: “Quem deixar de lado essa classe nos próximos anos vai perder um grande vetor de retorno”.

Theodoro Fleury, da QR Asset, concorda: “O bitcoin tem correlação baixa com outras classes de ativos e ainda funciona como diversificação cambial”. Já Henry Oyama, da Hashdex, enfatizou que o desempenho desses ativos depende mais da adoção tecnológica do que de fatores macroeconômicos.

Outra vertente em ascensão são os ETFs smart beta, que buscam capturar fatores específicos como baixa volatilidade ou dividendos. Andrés Kikuchi, CEO da Nu Asset, explicou: “O processo de estruturar smart beta é parecido com o de um gestor ativo: você seleciona um universo de ações, filtra e aplica critérios para gerar valor”.

O que são ETFs

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos negociados em bolsa que acompanham índices de mercado, como o Ibovespa B3, ou carteiras temáticas de ativos. 

Eles permitem ao investidor, em apenas uma operação, acessar um portfólio diversificado de ações, títulos de renda fixa ou até mesmo criptoativos. Com taxas mais competitivas e maior liquidez que fundos tradicionais, vêm se consolidando como alternativa prática de alocação no Brasil e no exterior.

“ETF é um produto supersimples, apesar da sopa de letrinhas”, disse Ricardo Eleutério, da Bradesco Asset Management. Segundo ele, a simplicidade e a vantagem tributária ajudam a explicar a expansão no mercado brasileiro.

Confira todos os ETFs listados na B3 e compare as opções disponíveis.

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