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Embraer (EMBR3) tomba na Bolsa e lidera quedas com “tarifaço” de Trump; o que aconteceu?

Embraer (EMBR3): como “tarifaço” de Trump impacta a empresa?

Embraer (EMBR3): como “tarifaço” de Trump impacta a empresa? Foto: Divulgação

O anúncio de uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos, feito pelo presidente Donald Trump e previsto para vigorar em 1º de agosto, acendeu um sinal de alerta para os investidores da Embraer (EMBR3). O mercado reagiu negativamente, já que nesta quinta-feira (10), as ações da companhia lideravam as quedas do Ibovespa, com recuo de até 8,4%, na mínima do dia, por volta das 11h30.

Depois de acumular valorização superior a 100% em 12 meses, o mercado se vê preocupado com a fabricante de aeronaves diante da tarifa de Trump, principalmente em relação à manutenção de seu caixa e de suas perspectivas de crescimento. Mas afinal, como as tarifas podem afetar a empresa, na prática?

Conforme destaca a XP Investimentos em novo relatório, cerca de 60% do faturamento da Embraer vem da América do Norte, porcentual que sobe para 75% quando se considera o potencial de exposição direta às novas tarifas.

A companhia exporta jatos E1 para companhias aéreas regionais norte-americanas e finaliza a montagem de Praetors e Phenoms em Melbourne, na Flórida, o que aumenta sua vulnerabilidade frente às novas medidas do presidente dos EUA.

Cálculo da XP: impacto bilionário no negócio de aviação executiva

No relatório assinado por Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, a XP foca primeiramente na divisão Executiva. Como de 55% a 60% do conteúdo dos Praetors e de 35% a 40% dos Phenoms saem do Brasil antes de chegarem à linha de montagem nos EUA, a importação desses componentes ficaria sujeita à tarifa.

Assim, os analistas projetam um custo adicional de US$ 95 milhões a cada 10 p.p. de tarifa, o que pode significar queda de 55% a 60% no EBIT estimado para 2026 se a taxa de 50% for mantida.

No segmento comercial, ainda que a obrigação de arcar com a tarifa recaia sobre as companhias aéreas, a XP alerta para o risco de uma demanda mais fraca em ambiente inflacionário.

A XP mantém recomendação neutra para as ações EMBR3, embora o “tarifaço” aumente a percepção de risco, podendo reduzir em até 60% as projeções de lucro de 2026.

Bradesco BBI e Itaú: como “tarifaço” de Trump impacta Embraer

Também vendo a Embraer como a empresa mais exposta de sua cobertura, o Bradesco BBI calcula perda potencial de US$ 220 milhões no EBIT de 2025, algo em torno de 35% da estimativa total para o ano, considerando que a tarifa passe a valer já em agosto.

A casa lembra que jatos Phenom têm produção final nos EUA, enquanto os Praetor apenas completam a montagem localmente. Essa diferença pode reduzir parte da perda, mas os analistas dizem que “isso pode ajudar a mitigar parte do impacto, já que a produção local estaria isenta da tarifa. Ainda assim, não está claro se essa isenção seria total”.

O Itaú BBA também classifica o efeito das tarifas de Trump sobre a Embraer como “negativo”. A estimativa é de que 46% das receitas globais estariam suscetíveis à nova taxação. Assim, se observa que 60% do total vendido na América do Norte pode ser atingido, dos quais três quartos expostos integralmente.

O cálculo do Itaú BBA é de que US$ 150 milhões sairiam do EBIT apenas entre agosto e dezembro de 2025, o que equivale a 25% da expectativa de resultado operacional da Embraer para o ano.

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