O dólar hoje teve o segundo pregão consecutivo de valorização sobre o real e zerou a desvalorização das últimas duas semanas ao fechar no maior nível desde 9 de dezembro.
O exterior teve um peso maior nas negociações de hoje com a valorização do dólar frente às moedas internacionais e as moedas emergentes. Os investidores fizeram um movimento de aversão ao risco com a busca de ativos mais seguros com as preocupações sobre a nova cepa do vírus no Reino Unido e a percepção que a variação já deve ter se espalhado pelos EUA e outros países.
O dólar à vista valorizou 0,76% e encerrou o pregão negociado a R$ 5,1619. Enquanto isso, o contrato futuro para janeiro teve alta de 0,77% a R$ 5,1565.
No ambiente doméstico, a votação da PEC de auxílio aos municípios — considerada uma bomba fiscal — ficou no radar dos investidores até o alívio de ver a sessão da Câmara dos Deputados ser cancelada sem apreciação da matéria.
A medida estava na pauta de ontem em um embate entre o presidente da Casa, Rodrigo Mais (DEM-RJ) e a base aliada do governo, permeada pela disputa pela sucessão no comando do Legislativo.
“É uma medida que vai afetar negativamente as contas públicas”, destacam os estrategistas de mercado em Nova York do Citigroup. Se aprovada, a medida reforça a percepção de que o teto pode ser furado em 2021, alerta o banco americano. A PEC pode consumir R$ 4 bilhões do caixa da União por ano.
Exterior dita rumo do dólar
No mercado internacional, o analista de mercado financeiro da Oanda, Edward Moya, lembra que o receio com o avanço do novo coronavírus voltou a fazer preço e pesar sobre o humor dos mercados. Os investidores buscaram portos seguros, como o dólar e o iene japonês. Com números ruins de confiança do consumidor nos EUA, Moya observa que o crescimento dos casos, e agora com a mutação do vírus no Reino Unido, só ajuda a aumentar a incerteza, ressalta em nota.
Entre os emergentes, as moedas de exportadores de commodities foram as mais abaladas. Na Rússia, o dólar subiu 2%, no México, 1,11%.
Apesar da valorização do dólar esta semana, o Bank of America acredita que a tendência da moeda americana é de enfraquecimento. “A fraqueza do dólar pode persistir no próximo ano”, ressaltam os estrategistas de moeda do banco americano. Eles comentam que a mudança política nos EUA é um dos fatores a favorecer a busca por ativos de risco pela frente.
(Com Estadão Conteúdo)
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