A Petrobras (PETR3; PETR4) informou, na última terça-feira (26), o fim das negociações para a venda de duas fábricas de fertilizantes à russa Acron. Eram negociadas duas plantas, uma no Paraná e outra no Mato Grosso do Sul.
A unidade paranaense, Araucária Nitrogenados, e a unidade sul-mato-grossense, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados 3, não foram negociadas pela Petrobras pois, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a instabilidade política na Bolívia inviabilizou o negócio.
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O país sul-americano seria o fornecedor de gás natural da Acron. De acordo com a “Folha”, embora haviam sido costurados acordos prévios com o ex-presidente Evo Morales, os russos não conseguiram fechar contrato para fornecimento firme do combustível. O gás é matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados.
No mês passado, o governo boliviano anunciou acordo com a Acron para a venda de 2,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia a partir de 2021, em contrato que renderia ao país ao menos US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões), além de uma participação de 12% na fábrica de Três Lagoas.
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Ainda em outubro, o governo Evo Morales e a Acron anunciaram acordo para fundar uma empresa conjunta para comercializar ureia (um dos fertilizantes nitrogenados) boliviana para o mercado do Brasil. À época, Morales comemorou o negócio como “um novo passo para seguir avançando na diversificação” da indústria de gás do país.
Petrobras pretende desinvestir no setor
A Petrobras e Acron fecharam acordo para a transferência das fábricas no mês de agosto. Na última terça, em nota, a petroleira estatal informou que “foram encerradas as negociações em curso com a Acron Group, sem a efetivação do negócio”. A companhia disse, no entanto, que permanece interessada em desinvestir nesse segmento.
A fábrica de Três Lagos está com as obras paralisadas desde 2015, quando a Petrobras quebrou o contrato com o consórcio construtor, composto pela chinesa Sinopec e pela construtora Galvão Engenharia. Orçada inicialmente em R$ 3,2 bilhões, a obra está 82% concluída.
A crise boliviana, levando Morales a se exilar no México, além de ter influenciado o negócio da Petrobras, já impactou outras negociações entre companhias privadas brasileiras e o governo da Bolívia para importar gás natural para o Brasil. A estimativa do setor é que os negócios sejam retomados após a posse definitiva do novo governo.
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