O Brasil registrou 73.617 novos casos de Covid-19 nas 24 horas de segunda (10) para terça-feira (11), segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa feito junto às secretarias estaduais de Saúde. Trata-se do dobro de diagnósticos registrados no dia anterior.
Com isso, o total de infectados pelo novo coronavírus subiu para 22.630.142. A média móvel de diagnósticos nos últimos sete dias foi de 44.016 por dia – a maior registrada desde 29 de julho (quando estava em 44.974), – um avanço de 631% em relação aos casos registrados em 14 dias.
O agravamento desses números já pode ser sentido em diversos setores econômicos do País. Nos últimos dias, bares e restaurantes, aviação, lojistas, bancos e canteiros de obra relataram dificuldades de operação devido ao desfalque de funcionários afastados por dispensa médica.
Segundo balanço preliminar da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os canteiros de obras já registram afastamento de até 30% dos funcionários por sintomas de Covid-19 ou influenza.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, destaca que ainda não há efeitos significativos para a construção civil por essas dispensas. Mas o mesmo não pode ser dito dos setores de aviação e dos lojistas.
Na segunda-feira, a Ablos, Associação Brasileira dos Lojistas Satélites, que tem mais de 100 membros, solicitou aos administradores de shoppings que reduzissem o horário de funcionamento por algumas semanas. Isso porque, muitas lojas estão com dificuldades de manter o atendimento com a falta de funcionários.
Já no setor de aviação, Azul (AZUL4) e Latam precisaram cancelar voos por não ter tripulantes para todos os embarques marcados. Até o momento, cerca de 600 voos já foram afetados.
Agências bancárias também tiveram que ser fechadas por surtos de Covid-19 e influenza. Levantamento do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que contempla São Paulo, Osasco e outras 18 cidades da Região Metropolitana, mostra que, desde a última sexta-feira, 150 agências foram fechadas por falta de pessoal suficiente.
Covid-19: Doria estabelece novas medidas restritivas no estado de SP
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, em entrevista coletiva realizada na terça-feira (11), que o Estado de São Paulo terá novas medidas restritivas para eventos com grandes aglomerações. O objetivo, segundo ele, é conter o avanço da variante ômicron, que tem apresentado alta de casos em todo o País.
“Grandes aglomerações não são recomendáveis. O Comitê Cientifico do Estado de São Paulo já expressou essa deliberação. Amanhã teremos a coletiva de imprensa no Palácio com novas informações”, disse Doria.
Não há nenhuma indicação de restrições ao comércio e ao setor produtivo do agronegócio e da indústria, de acordo com Doria.
O governador ressalta que a variante Ômicron do coronavírus é a mais poderosa em termos de transmissão da história e as novas medidas restritivas em SP pretendem combater o avanço da doença. “Conversei com alguns médicos infectologistas. Médicos com 40, 45 anos de profissão nunca viram e nunca tomaram conhecimento de uma cepa com a capacidade de transmissão como essa ômicron. Isso vai exigir, repito, um cuidado, atenção e acompanhamento diário”, disse Doria.
Dados do Instituto Butantan mostram que 80,95% dos diagnósticos de Covid-19 na capital paulista são causados pela variante Ômicron. Das 105 amostras analisadas pelo Instituto, 20 (19,4%) foram positivas para variante Delta e 85 (80,95%), para a Ômicron.