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Alan Gandelman
Alan Gandelman

Crescimento zero em 2022?

Mais um IPCA recorde, e a inflação não dá trégua. Segue subindo mês a mês, numa reta íngreme e sem grandes sinais de desaceleração.

Os juros básicos (Selic) já estão em 7,75% e apontam para mais um aumento de pelo menos 1,5 na próxima reunião do Copom em dezembro. Logo, fechamos o ano com a taxa básica em pelo menos 9,25%, e com uma inflação na casa dos dois dígitos.

A política fiscal já é conhecida: sobe os juros para segurar a demanda, dificultar o acesso ao crédito e com isso, segurar a inflação.

Teoricamente isso funcionaria parcialmente. No entanto, estamos vindo de uma pandemia global que paralisou praticamente o mundo inteiro, e muito dessa inflação corrente é uma inflação de custo, e não propriamente de demanda. E é justamente aí que mora o perigo.

Acrescenta-se a esse fato, as incertezas fiscais e politicas, que só aumentam no que teremos no próximo ano… eleições.

Esse cenário de incerteza deverá manter a cotação do dólar alta, aliada ao cenário externo que pouco temos como controlar, como a cotação do petróleo e os preços das commodities. Fica cada vez mais difícil uma previsão acertada de uma alta (se é que teremos alguma alta ) para o PIB de 2022.

Com todos esses fatores, as incógnitas em relação à economia brasileira em 2022 superam (e muito) as certezas… Fazendo com que, para muitos, crescimento zero em 2022 já seja uma enorme vitória.

Pessoalmente , acredito ainda que haja uma retração da inflação em meados do ano que vem, e mesmo que tenhamos um ‘Pibinho’, qualquer número acima de zero me parece ser um grande resultado, em face da atual conjuntura. Mas eu sou suspeito, torço sempre, além de acreditar no papai Noel e na cegonha.

Nota

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