A Camil (CAML3) deve enfrentar um trimestre desafiador no 2T25, segundo análise da XP. Os números devem refletir a base de comparação elevada do 2T24, quando efeitos não recorrentes impulsionaram os estoques de arroz dos varejistas a preços mais altos. Para agosto de 2025, a corretora projeta retração anual em receita, EBITDA e lucro líquido.
Prévia de resultados do 2T25 da CAML3
A XP estima receita líquida de R$ 2,8 bilhões, queda de 14% em relação ao 2T24 (R$ 3,2 bilhões), mas avanço de 4% sobre o 1T25. O EBITDA deve somar R$ 233 milhões, representando recuo de 19% no comparativo anual e estabilidade em relação ao trimestre anterior. Já o lucro líquido projetado é de R$ 44 milhões, retração de 63% ano a ano e 33% menor frente ao 1T25.
A margem bruta deve atingir 22,1%, levemente superior à de 21,4% de um ano antes (+65bps), mas abaixo do 1T25 (-50bps). Já a margem EBITDA deve recuar para 8,3% (-52bps YoY; -38bps QoQ). A margem líquida, por sua vez, cai para 1,6%, recuo de 206 pontos-base em relação ao 2T24 e de 88bps frente ao trimestre imediatamente anterior.
Brasil resiliente, exterior pressionado
Os analistas Leonardo Alencar, Head de Agro, Alimentos e Bebidas, e Pedro Fonseca, Agro, Alimentos e Bebidas, destacam que, no Brasil, os preços estáveis do arroz devem sustentar margens resilientes, ao lado de sinais de recuperação no negócio de açúcar e da resiliência do portfólio High Value, que inclui massas, biscoitos e café.
Já no segmento internacional, a XP projeta volumes maiores devido à safra positiva no Uruguai (+5% YoY), mas pressionados pela queda nos preços do arroz e pelo cenário desafiador no Peru, que deve prejudicar a rentabilidade.
“No geral, estimamos uma receita líquida de BRL 2,8bn (-14%A/A, +4% T/T) e um EBITDA ajustado de BRL 233mn (-19% A/A e estável T/T), o que provavelmente não será um catalisador para o papel.” — Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, XP Investimentos
A CAML3 divulga os resultados do segundo trimestre no dia nove de outubro.