Com a temporada de balanços corporativos do segundo trimestre de 2021 na história, o banco Safra passou a inlcuir os números em suas análises. Para o Bradesco (BBDC4), o saldo foi um corte no preço-alvo após um “resultado decepcionante”.
O Safra incorporou os números e o novo guidance para o ano, contemplando um desempenho mais fraco para a operação de seguros do Bradesco.
Além disso, para 2022, foi incluído um aumento de 50 pontos-base na estimativa de custo de capital próprio. Isso fez com que o preço-alvo para BBDC4 caísse de R$ 32 para R$ 30, upside de 29% sobre a cotação atual. A recomendação de compra foi mantida.
A cautela misturada com manutenção do otimismo é explicada pela retomada das atividades bancárias em forte ritmo neste ano.
“Apesar dos desafios com as operações de seguros no curto prazo, não devemos esquecer a forte recuperação da rentabilidade da operação bancária, que apresentou forte redução na linha de provisões para devedores duvidosos e bom controle de custos pelo esforço do banco em redimensionar sua rede de agências”, disse o Safra.
Segundo os analistas, a “tempestade perfeita” na operação de seguros deve acabar em 2022, caso não haja alguma surpresa negativa da pandemia.
O curto prazo, porém, é desafiador. O banco mostra que o Bradesco deve sofrer com alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e volatilidade da curva de juros nas atividades de seguros.
No que se refere aos múltiplos, a instituição não destoa dos pares. Hoje, as ações do Bradesco são cotadas a 8 vezes os lucros projetados para 2022.
Vale a pena investir no Bradesco?
A tese do Safra é pautada em cinco gatilhos para o Bradesco. São eles:
- Diversificação de receitas;
- Eficiência de custos por meio de investimentos em tecnologia e sinergias com a integração do HSBC;
- Forte escala operacional com ampla capilaridade em todo o Brasil;
- A qualidade do crédito está melhorando, enquanto a inadimplência está em queda;
- O crescimento da receita de serviços deve continuar abrindo caminho para um bom nível de lucratividade.
Por outro lado, os riscos acompanham banco. Entre eles, estão a desaceleração econômica, aumento da concorrência, inadimplência, taxa de perda em seguros, bancos digitais e mudança regulatória.
Por volta das 12h10 desta segunda, os papéis do Bradesco caíam 0,39%, para R$ 23,18. No ano, as ações preferenciais do banco recuam 3,50%.
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