A Azul (AZUL4) reportou lucro líquido de R$ 783,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 1,1 bilhão em igual intervalo de 2024.
No critério ajustado, houve prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, ampliando a cifra também negativa de R$ 324,2 milhões registrada um ano antes.
A companhia também registrou queda no EBITDA, que atingiu R$1,385 bilhão no trimestre, uma redução de 2,1% em relação aos três primeiros meses de 2024. De acordo com a companhia, os principais fatores que influíram nos resultados foram a desvalorização do real em relação ao Dólar, preços de combustível mais altos, e inflação. A margem EBITDA foi de 25,7%, 4,6 pontos menor do que a registrada em 2024.
Outros números, no entanto, tiveram registros positivos. A receita operacional atingiu um recorde para um primeiro trimestre: R$ 5,4 bilhões, 15,3% superior ao do primeiro trimestre de 2024 (R$ 4,7 bilhões).
O caixa mais recebíveis chegou a R$ 2,3 bilhões, uma queda de 13,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024, representando 11,6% da receita dos últimos doze meses. No trimestre, a Azul (AZUL4) pagou R$1,2 bilhão em arrendamentos correntes e diferidos, R$2,2 bilhões em amortizações de dívida e mais de R$ 600 milhões em juros, e levantou aproximadamente R$ 3,0 bilhões em notas superprioritárias em janeiro.
A Azul celebrou outros números de ordem operacional como o crescimento do plano Azul Fidelidade, que cresceu 12% e se aproximou dos 19 milhões de membros. A Azul Viagens, por sua vez, ampliou em 57% as reservas brutas, atribuídas à forte demanda nos mercados de lazer. A Azul Cargo, por fim, teve um aumento na receita total de 18% na comparação com o mesmo período de 2024.
Dados operacionais da Azul (AZUL4)
Os índices de ASK (capacidade consolidada medida em assentos-quilômetro oferecidos) cresceram 15,6%, principalmente impulsionada por um aumento de 39,2% nas operações internacionais. No primeiro trimestre de 2025, a companhia transportou cerca de 8 milhões de passageiros, incremento de 9,8% em comparação aos primeiros três meses de 2024.
O tráfego de passageiros durante o trimestre cresceu 19,4%, superando a capacidade e resultando em taxa de ocupação de 81,5%, 2,6 pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado.
“Embora a Azul tenha demonstrado avanços operacionais significativos, os desafios financeiros, especialmente relacionados à alavancagem e à exposição cambial, continuam sendo pontos de atenção e de grande impacto para a companhia, tanto para ela quanto para todas as aéreas que tem receitas em real e despesas em dólar”, avaliou Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos.
Para ele, a sustentabilidade dos resultados da companhia aérea dependerá de sua capacidade de mitigar riscos financeiros e adaptar-se ao ambiente macroeconômico, fazendo uma reestruturação financeira e buscando diversificação nas receita, além de melhorar a gestão de custos operacionais,
“O desempenho da Azul nos próximos meses será influenciado por fatores internos e externos, como a reestruturação financeira, a modernização da frota e a gestão eficiente de custos e a diversificação de receitas que devem contribuir para a manutenção de margens saudáveis, além da melhora do cenário macroeconômico. Nesse sentido, a Azul demonstrou avanços operacionais significativos, mas enfrenta desafios financeiros que requerem atenção contínua”, a sustentabilidade de seus resultados dependerá de uma gestão eficaz dos riscos e da adaptação às condições econômicas em evolução. Dólar e a capacidade de entrega das empresas que fabricam os aviões (Boing, Airbus, Embraer..) terão impacto direto nos resultados pelo aumento de oferta e despesas associados”, conclui o analista.
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