As ações da Ambipar (AMBP3) estão despencando novamente na tarde desta sexta-feira (3), em meio ao aumento das incertezas envolvendo a saúde financeira da companhia. Os papéis, que derreteram mais de 50%, entraram em leilão no início da tarde.
No acumulado do último mês, as ações da Ambipar já derreteram mais de 90%, refletindo a intensificação da crise da empresa. A volatilidade aumentou após o pedido de proteção contra credores feito na Justiça, em setembro, e a saída de executivos da diretoria.
Segundo apuração do Broadcast, credores buscam localizar o caixa de R$ 4,7 bilhões reportado no balanço do segundo trimestre. Até agora, teriam sido identificados apenas US$ 80 milhões, cerca de R$ 425 milhões. Já o Valor Pipeline destacou movimentações de um FIDC vinculado à Ambipar, incluindo captação de R$ 1,2 bilhão e aumento de provisões contra calotes.
O que está acontecendo com a Ambipar (AMBP3)?
A Ambipar conseguiu no fim de setembro uma tutela cautelar na Justiça do Rio de Janeiro. A medida protege a companhia de cobranças de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30, dando espaço para renegociação de dívidas ou um possível pedido de recuperação judicial.
Em comunicado, a empresa afirmou que o objetivo é garantir a continuidade de suas operações e proteger seus ativos. A companhia também ressaltou que mantém diálogo com credores em busca de um acordo.
Paralelamente, agências de classificação de risco reduziram a nota da Ambipar. A S&P Global rebaixou a classificação de BB- para D, equivalente a default. A Fitch cortou de BB- para C e alertou que, caso haja reestruturação de dívidas, o rating pode cair ainda mais.
Outro ponto que aumentou a incerteza foi a saída do diretor financeiro João Daniel Piran de Arruda, anunciada em 22 de setembro. Na mesma data, a empresa comunicou sua sétima emissão de debêntures, no valor de até R$ 3 bilhões, para reforçar o caixa.
Diante desse cenário, bancos e analistas revisaram suas recomendações em relação à Ambipar (AMBP3). O UBS BB suspendeu temporariamente a cobertura da ação, citando fragilidades na governança e nas demonstrações financeiras da companhia.
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