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Ambipar (AMBP3) pede recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos

Ambipar (AMBP3) - Foto: Reprodução/Site

Ambipar (AMBP3) - Foto: Reprodução/Site

A Ambipar (AMBP3) protocolou na madrugada desta terça-feira (21) um pedido de recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos, após uma crise de liquidez agravada por suspeitas de irregularidades em operações financeiras realizadas pela antiga diretoria. O processo foi ajuizado na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

O pedido também envolve outras empresas do grupo, como a Environmental ESG Participações. Nos Estados Unidos, a Ambipar Emergency Response, subsidiária sediada nas Ilhas Cayman, entrou com uma ação de falência sob o Chapter 11, o equivalente americano à recuperação judicial.

De acordo com o fato relevante divulgado ao mercado, o conselho da companhia aprovou a medida em caráter de urgência, buscando garantir a continuidade das operações e preservar contratos, empregos e serviços prestados. A companhia afirmou que a decisão tem como objetivo assegurar tratamento equitativo aos credores e promover uma reorganização ordenada e transparente.

Cotação AMBP3

Gráfico gerado em: 21/10/2025
1 Mês

Entenda a crise da Ambipar (AMBP3)

O pedido de recuperação judicial da Ambipar ocorre após a descoberta de indícios de irregularidades na contratação de operações de swap pela antiga Diretoria Financeira, comandada por João de Arruda, que renunciou ao cargo de forma repentina.

A saída do executivo abalou a confiança do mercado e levou alguns credores a exigir o pagamento antecipado de dívidas, gerando risco de vencimento cruzado de obrigações do grupo.

“O Pedido de Recuperação Judicial foi ajuizado em razão da sequência de eventos deflagrada após a descoberta de indícios de irregularidades na contratação de operações de swap pela Diretoria Financeira e a renúncia abrupta do antigo Diretor Financeiro, que resultou em forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar”, diz o fato relevante.

A empresa informou ter dívidas totais de R$ 10,481 bilhões, sendo R$ 10,439 bilhões classificadas como quirografárias. Desse montante, R$ 35,9 milhões correspondem a compromissos com fornecedores e R$ 6,2 milhões a obrigações trabalhistas, de acordo com informações do Broadcast.

No documento protocolado, a Ambipar voltou a atribuir ao ex-diretor financeiro a assinatura de aditivos de derivativos contratados com o Deutsche Bank, que elevaram as garantias exigidas para cerca de R$ 170 milhões. O não pagamento desses valores poderia antecipar o vencimento de uma dívida de US$ 35 milhões com o banco alemão, além de compromissos com outros credores, como o Santander.

A companhia também informou que contratou a consultoria FTI Consulting para investigar o caso e apurar possíveis responsabilidades. Há uma investigação criminal em andamento para avaliar a conduta do ex-diretor e de seus aliados.

Os problemas financeiros se intensificaram em setembro, quando as ações da Ambipar registraram forte queda após a troca no comando da área financeira. Ricardo Garcia assumiu o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores no lugar de Arruda.

Em meio a este contexto, a B3 anunciou no início deste mês a exclusão das ações da Ambipar de nove índices, além de informar que não renovará a designação de ações verdes da empresa.

No último mês, os papéis da Ambipar (AMBP3) acumulam queda de mais de 95%.

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