A Amazon decidiu entrar de vez na corrida global por infraestrutura de inteligência artificial ao anunciar um plano que pode chegar a US$ 50 bilhões para ampliar sua capacidade de supercomputação voltada ao governo dos Estados Unidos. A iniciativa, revelada nesta segunda-feira, prevê um novo ciclo de obras a partir de 2026, com grandes centros de dados destinados às regiões mais sensíveis da AWS, reforçando a disputa por liderança tecnológica.
O projeto colocará quase 1,3 gigawatts adicionais de capacidade de IA e computação de alto desempenho em três ambientes ultrassensíveis da AWS: Top Secret, Secret e GovCloud. A expansão será feita por meio da construção de data centers equipados com tecnologias de última geração em processamento e rede — um movimento que pode redefinir o padrão de infraestrutura crítica usada por Washington.
A AWS já atende mais de 11 mil agências governamentais dos EUA, e o novo pacote de investimentos mira justamente a ampliação dessa presença. Segundo a companhia, a iniciativa busca remover limitações históricas de capacidade. “Este investimento elimina as barreiras tecnológicas que têm impedido o governo de avançar”, afirmou Matt Garman, CEO da AWS. A Amazon não divulgou um cronograma detalhado para o desembolso dos recursos.
Competição acirrada entre Big Techs por poder computacional
A corrida por infraestrutura dedicada de IA tem ganhado velocidade. OpenAI, Alphabet e Microsoft estão entre as gigantes que também vêm direcionando bilhões para ampliar capacidade, impulsionadas pela explosão no uso de modelos avançados e agentes digitais.
Para se ter dimensão, 1 gigawatt de energia computacional equivale ao consumo médio de cerca de 750 mil residências nos EUA — um indicativo da escala que a nova operação da Amazon pretende alcançar.
Acesso ampliado a modelos e soluções proprietárias de IA
Com a expansão, as agências federais poderão acessar todo o ecossistema de serviços de IA da AWS, como:
- Amazon SageMaker, voltado ao treinamento e personalização de modelos;
- Amazon Bedrock, para implantação de modelos e agentes;
- Modelos básicos como Amazon Nova e Anthropic Claude.
A expectativa do governo federal é desenvolver soluções próprias, reduzir custos e acelerar iniciativas estratégicas ao contar com capacidade dedicada e mais robusta.
O movimento também acontece em um momento de competição global cada vez mais evidente: países como EUA e China têm intensificado esforços para reforçar suas posições na tecnologia que deve definir a próxima década.
Aposta bilionária e disputa de liderança em IA
A iniciativa coloca a Amazon em destaque na disputa por infraestrutura crítica para governos, ao mesmo tempo em que responde à pressão crescente por sistemas mais poderosos e seguros. No cenário internacional, a ampliação da capacidade de IA se tornou prioridade estratégica — e o novo plano reforça o papel da companhia nesse contexto.
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