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Saiba por que analistas ainda apostam nas ações como o ativo mais rentável do tempo

As ações seguem como o ativo mais rentável do tempo. Foto: Pixabay

As ações seguem como o ativo mais rentável do tempo. Foto: Pixabay

Com juros em queda e a renda fixa perdendo brilho, as ações voltam a atrair o interesse de investidores que buscam crescimento real do patrimônio. Mais voláteis, mas também mais rentáveis no longo prazo, elas se consolidam como o motor das carteiras equilibradas — aquelas que combinam segurança, renda e valorização.

Durante a live Ação Investidora, realizada nesta terça-feira (4) pela Suno Research, o analista João Daronco destacou um estudo clássico de Jeremy Siegel, autor de Stocks for the Long Run, que compara o desempenho de diferentes ativos ao longo de mais de dois séculos. “As ações renderam cerca de 7% ao ano desde 1804, enquanto os títulos públicos entregaram 3,6% ao ano em dólar corrigido pela inflação”, explicou. A diferença, segundo ele, é o que transforma o tempo em multiplicador de riqueza: “Um dólar viraria US$ 2.100 se aplicado em títulos públicos e US$ 2,1 milhões se aplicado em ações.”

Do dividendo ao crescimento: como cada Ação cumpre seu papel

Para Daronco, o investidor precisa entender o papel das ações dentro da carteira — e o que cada tipo de empresa entrega ao longo do tempo. “Quando você compra uma ação do Banco do Brasil, está comprando uma parte da empresa; é uma participação real nos lucros”, afirmou.

Ele dividiu o mercado em dois grandes grupos. De um lado, as ações de dividendos, ligadas a companhias maduras que distribuem parcela relevante dos lucros e priorizam previsibilidade. De outro, as ações de valor, focadas em crescimento e reinvestimento. “Não adianta a empresa reter lucro se reinveste em taxas muito baixas. Ela destrói valor”, alertou.

O analista lembrou que a escolha entre renda e valorização depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. “Dividendos trazem estabilidade; valorização traz incerteza, mas potencial de retorno maior”, resumiu.

Small caps, exterior e o poder da diversificação

Tiago Reis, fundador da Suno, ampliou a discussão ao destacar as small caps, empresas menores que combinam risco alto e potencial elevado de valorização. “É mais fácil dobrar uma empresa que fatura 100 milhões do que uma que fatura 100 bilhões”, disse. Entre 2003 e 2008, lembrou ele, as dez maiores altas da Bolsa brasileira eram todas de small caps — e as maiores quedas também. “Elas são o típico 8 ou 80: quando acerta, multiplica por 5, 10, 50 vezes; quando erra, o tombo é grande.”

O executivo defendeu que o investidor iniciante mantenha exposição limitada a essas companhias, mas que quem tolera volatilidade pode ampliar o peso, com análise criteriosa. “Eu olho balanço, gestão e o mercado onde a empresa está inserida. Se tem potencial de crescer e é bem administrada, é uma boa small cap.”

Reis também defendeu a diversificação internacional como proteção contra crises locais. “Toda crise no Brasil é parecida: a Bolsa cai e o dólar sobe. Ter parte do patrimônio fora do país protege o investidor. Quando a Bolsa cai aqui, a carteira dolarizada valoriza”, afirmou.

Segundo ele, investir no exterior é essencial para reduzir risco e ampliar oportunidades. “Todo mundo deveria ter pelo menos 10% do patrimônio dolarizado. Quando você investe nos Estados Unidos, já resolveu 80% do problema.”

Ao final, tanto Daronco quanto Reis reforçaram que as ações são o instrumento de maior poder de multiplicação de patrimônio, e que o tempo, mais do que qualquer indicador, continua sendo o maior aliado do investidor paciente.

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