O mercado brasileiro tem expandido opções de investimento sustentáveis, que incorporam critérios ambientais, sociais e de governança, conhecidos pela sigla ESG. Para quem tem interesse nessa abordagem, especialistas apontam que já existem diversas alternativas práticas disponíveis.
Segundo Ricardo Ramos, Diretor Executivo da Aliança pelo Impacto, a oferta desses produtos no Brasil cresceu e se diversificou nos últimos anos, criando um leque maior de opções para diferentes perfis de investidor. Ele explica que o ESG é importante porque reduz riscos e impactos negativos, mas hoje isso não basta. “Os investimentos de impacto vão além: buscam gerar impacto socioambiental positivo intencional e mensurável, junto com retorno financeiro.”
Ele explica que a principal mudança nos investimentos de impacto em relação aos tradicionais é o critério de decisão. “Você continua avaliando rentabilidade e liquidez, mas incorpora também impacto socioambiental como parte do retorno. Na prática, a carteira tende a se tornar mais resiliente, porque considera governança sólida e menor exposição a riscos climáticos, regulatórios e reputacionais”, afirma.
A Aliança pelo Impacto promove investimentos com uma plataforma de pesquisa que centraliza informações sobre fundos e veículos de impacto em diferentes classes de ativos. Entre as opções, estão fundos de impacto, plataformas de financiamento coletivo e títulos de renda fixa. Confira as dicas do especialista para quem quer investir pensando em impacto:
1. Comece pequeno
O primeiro passo é começar, independentemente do valor disponível. Pode ser escolhendo um fundo ESG na sua corretora ou aplicando em uma debênture incentivada verde ou explorando fundos de previdência com critérios socioambientais. O Brasil já tem CDBs verdes que financiam energia renovável, habitação social ou saúde preventiva, além de bancos digitais com produtos de impacto. O mais importante é entender que cada real investido é um voto no tipo de economia que você quer financiar. Comece pequeno e vá aprendendo.
2. Procure o “CDB verde” que já existe
Já existem CDBs e outros títulos bancários rotulados como verdes ou sociais no mercado brasileiro. A diferença está em alinhar seu dinheiro ao impacto positivo, não apenas à redução de danos. A tendência é que esses produtos fiquem cada vez mais acessíveis no varejo, ampliando a possibilidade de o investidor comum contribuir com soluções socioambientais.
3. Exija números concretos
O segredo é buscar transparência e intencionalidade. Enquanto algumas práticas podem se limitar a compromissos genéricos, os investimentos de impacto sérios trazem métricas claras: toneladas de CO₂ evitadas, famílias atendidas, hectares preservados ou empregos criados. Empresas e fundos sérios divulgam relatórios auditados, metas objetivas e indicadores socioambientais. Se não houver dados, certificações ou prestação de contas, desconfie.
4. Impacto também é retorno de investimentos sustentáveis
A principal mudança é incorporar o impacto socioambiental como parte do retorno, além de rentabilidade e liquidez. Isso significa olhar para empresas e fundos que não apenas mitigam riscos, mas que intencionalmente buscam gerar impacto positivo. Na prática, a carteira tende a se tornar mais resiliente, porque considera governança sólida e menor exposição a riscos climáticos, regulatórios e reputacionais.
5. Apoie-se em quem faz curadoria
Você não precisa ser especialista, mas precisa ser criterioso. Existem gestores e plataformas que fazem curadoria especializada. Para negócios de impacto específicos, além das plataformas de equity crowdfunding que permitem investir a partir de valores menores, existem caminhos para acessar empresas e veículos de impacto em diferentes classes de ativos. Busque selos independentes como B Corp e leia relatórios de impacto.
Assim como no mercado financeiro tradicional você conta com assessores e gestores, no universo sustentável também há profissionais especializados para apoiar suas escolhas em investimentos sustentáveis.
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