Em 2026, muitos sabem que não é seguro depender da aposentadoria vinda do INSS. Diante disso, a população vem, cada vez mais, buscando a previdência privada.
Por meio dela, a pessoa é possível construir uma nova renda para sua aposentadoria, complementando aquela oriunda da previdência social ou até estruturando uma aposentadoria ainda maior e com renda superior.
O que é Previdência Privada?
A previdência privada é uma espécie de pacote, onde o investidor estará adquirindo uma participação em um fundo, e os serviços referentes ao plano de previdência.
Ou seja, o dinheiro aportado na previdência privada vai para um fundo de previdência. Assim, os recursos de todos os cotistas são investidos, seguindo a estratégia do gestor.
O objetivo aqui é acumular patrimônio e multiplicá-lo. Desse modo, todos os cotistas terão mais renda e poderão se aposentar com segurança.
Enquanto isso, o cotista ainda contará com os serviços do plano, podendo definir a idade de sua aposentadoria, além de incluir beneficiários.
Antes de escolher o seu plano de previdência privada, é importante conhecer os tipos de previdência. Atualmente, existem dois tipos: o plano PGBL e o VGBL. Cada um possui suas características, sendo que a escolha correta depende do seu perfil de declaração de Imposto de Renda (IR).
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)
Se você entrega a declaração de ajuste anual do imposto de renda no modo completo, provavelmente poderá tirar vantagem do plano PGBL.
A vantagem consiste em poder utilizar os aportes na previdência como desconto na base de cálculo do imposto. A redução anual na base de cálculo do imposto de renda pode chegar até o limite de 12% da sua renda bruta anual tributável.
Contudo, quando o investidor for resgatar os valores da previdência, o imposto de renda retido incidirá sobre o valor total (principal + rendimentos).
Então, o investidor se beneficia dos aportes, podendo deduzi-los na base de cálculo da declaração de imposto de renda, porém, terá que pagar mais imposto na hora de resgatar os valores da previdência.
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)
Se o PGBL é ótimo para aqueles que fazem a declaração completa, o plano VGBL é uma alternativa para os contribuintes que fazem a declaração simplificada ou que já atingiram o limite de 12% de dedução em outros investimentos.
Como o plano VGBL não oferece a possibilidade de abater os aportes da base de cálculo do imposto de renda, os contribuintes que fazem a declaração simplificada podem se beneficiar desse plano, uma vez que nos resgates, a retenção de IR incidirá somente sobre os rendimentos.
Diferenças entre PGBL e VGBL
A diferença crucial entre os dois planos está associada à possibilidade de abater até 12% da base de cálculo da declaração de ajuste anual do imposto de renda, e na retenção de IR no resgate dos valores do plano.
| Característica | PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) | VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) |
| Dedução no IR | Sim, até 12% da renda bruta tributável | Não |
| Base de IR no Resgate | Valor Total (Principal + Rendimentos) | Somente sobre os Rendimentos |
| Recomendado para | Quem faz a Declaração Completa | Quem faz a Declaração Simplificada |
Para escolher o melhor plano de previdência, o interessado precisa avaliar diversas características dos planos.
Primeiro, o investidor precisa decidir qual será o tipo de plano. Como já mencionado, o PGBL é muito interessante para aqueles que fazem a declaração de ajuste anual de imposto de renda completa. Já o VGBL possui uma retenção de imposto de renda que incide somente sobre o rendimento do valor resgatado.
Outro ponto importante a ser estudado é o tipo de fundo do plano. Existem planos previdenciários que investem em fundos de renda fixa, outros são mais arrojados e investem em fundos multimercados, com gestores mais agressivos.
Detalhes como os valores dos aportes, investimento mínimo, taxas e a qualidade da seguradora também devem ser avaliadas antes de investir.
Antigamente, muitas previdências privadas cobravam a “taxa de carregamento” em seus planos. Contudo, hoje em dia, tal prática não é mais tão comum, e as melhores seguradoras não a cobram. É importante ficar atento às taxas que são cobradas, como a taxa de administração do fundo.
Com relação à seguradora que está oferecendo o plano, é fundamental analisar a solidez da instituição, já que a previdência privada não conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ou qualquer outra garantia.
Investir em plano de previdência privada pode proporcionar vários benefícios. Dentre as vantagens apresentadas pelos planos de previdência, há os aportes automáticos, os fundos de investimento e os benefícios fiscais.
Flexibilidade nas Contribuições
Com os aportes, o investidor não precisa se preocupar em investir na previdência. Periodicamente o plano faz um débito em sua conta e automaticamente, faz o seu aporte no plano de previdência. Sem falar que existem planos de previdência que oferecem mais flexibilidade aos investidores. Ou seja, se o investidor não quer fazer aportes mensais ou periódicos, ele pode definir um depósito único.
Benefícios Fiscais e Tributação
Os benefícios fiscais também devem ser considerados, já que há como escolher tipos diferentes de previdência, como o PGBL ou VGBL. Ao escolher o plano PGBL, o investidor poderá se beneficiar dos aportes, utilizando os valores para abater a base de cálculo do imposto na declaração de ajuste anual de imposto de renda. O limite para o abatimento é de até 12%.
Além do tipo de previdência, o investidor ainda pode escolher como o imposto de renda será cobrado. Para as previdências privadas, tanto PGBL quanto VGBL, existem a tributação regressiva e progressiva.
Tributação Regressiva
Na regressiva, a alíquota do imposto de renda vai caindo, conforme os anos vão passando. Atualmente a tabela do imposto regressivo é a seguinte 3:
| Tempo de Permanência | Alíquota de Imposto de Renda |
| Até 2 anos | 35% |
| De 2 a 4 anos | 30% |
| De 4 a 6 anos | 25% |
| De 6 a 8 anos | 20% |
| De 8 a 10 anos | 15% |
| Mais de 10 anos | 10% |
Então, se o investidor pretende ficar mais de 10 anos com o capital investido no plano, a tributação regressiva é a mais vantajosa, pois a alíquota mínima de 10% é a menor do mercado.
Tributação Progressiva
Já a progressiva, vai favorecer o investidor que pretende resgatar o valor no curto prazo ou que terá uma renda baixa na aposentadoria. Sendo assim, na tributação progressiva a alíquota cobrada na fonte é de 15%, independente do tempo que o capital ficou investido.
Porém, o investidor terá que lançar os valores resgatados na declaração de ajuste anual de imposto de renda, como renda tributável, da mesma forma que é lançado o salário. Nesse sentido, a tabela da tributação progressiva segue as mesmas regras aplicadas ao salário.
Tabela Progressiva Mensal (Vigente a partir de 2026):
| Renda Mensal (R$) | Alíquota (%) | Parcela a Deduzir (R$) |
| Até 2.824,00 | Isento | 0,00 |
| De 2.824,01 até 3.751,05 | 7,5% | 211,80 |
| De 3.751,06 até 4.664,68 | 15% | 480,80 |
| De 4.664,69 até 5.597,58 | 22,5% | 823,26 |
| Acima de 5.597,58 | 27,5% | 1.103,26 |
Em resumo, ao optar pela tributação progressiva, o investidor terá vantagem se o valor do resgate somado à sua renda anual o mantiver nas faixas de alíquotas mais baixas (7,5% ou isenção). A retenção de 15% na fonte é apenas uma antecipação, e o ajuste final será feito na declaração anual.
Investir em uma boa previdência privada com certeza é uma das estratégias que podem ser adotadas visando a aposentadoria. Mas, além disso, é importante diversificar a carteira, adquirindo outros ativos, como produtos de renda fixa e variável.
Diversificação da Carteira
Ao diversificar a carteira, o investidor correrá menos riscos de ver o seu dinheiro “derreter”, ou de perder grandes quantias devido a um “mau investimento”, por exemplo.
Dessa maneira, alocar os recursos em diferentes ativos, mantendo a disciplina e fazendo um acompanhamento de perto, pode ser a melhor estratégia de investimento para a aposentadoria.
Inclusive, um bom fundo previdenciário pode ser de grande ajuda na diversificação. Geralmente esses fundos contam com diversos ativos em carteira, fato que contribui para um risco menor.
Gestão de Riscos
Através de uma diversificação consciente, o investidor poderá realizar uma gestão de risco eficiente, protegendo o seu patrimônio e tornando ele cada vez maior.
A previdência privada pode ser muito útil dentro desta gestão, uma vez que o fundo onde os recursos são investidos já conta com uma gestão profissional, mitigando os riscos oriundos do mercado.
Revisão Periódica do Plano
Ao encontrar uma boa previdência privada, o investidor não pode simplesmente fazer os aportes e “esquecer” o investimento. Para reduzir os riscos, será preciso fazer um acompanhamento periódico da previdência.
Se hoje o fundo previdenciário seguir determinada estratégia, amanhã essa estratégia pode mudar. Essas mudanças podem acontecer principalmente em fundos multimercado, onde a gestão tem mais liberdade para investir em diferentes tipos de ativos.
Além disso, o investidor precisa acompanhar a seguradora que oferece a previdência, analisando se a mesma está sólida, como também a performance do fundo. Se o desempenho da previdência não é bom, talvez seja melhor mudar de plano.
Mesmo com todas as incertezas acerca da previdência social, ela ainda é muito importante e fundamental para a sobrevivência de milhões de aposentados. Então, não há como desconsiderá-la.
Principais Diferenças
A principal diferença entre as duas previdências diz respeito a uma ser pública e outra privada. Todos os trabalhadores regulados pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) contribuem para a previdência social.
- Previdência Social (INSS): A aposentadoria pode ser acessada a partir dos 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres (regra geral da Reforma da Previdência). A renda é determinada por um cálculo feito pelo próprio INSS.
- Previdência Privada: Pode ser resgatada a qualquer momento. Os aportes podem ser definidos pelo investidor. Tem um caráter muito mais flexível, mas a renda obtida dependerá do patrimônio acumulado e da rentabilidade do fundo.
Vantagens e Desvantagens
Para muitos brasileiros, a previdência social ainda é uma garantia para o futuro. Mesmo um brasileiro que não contribui para o INSS ainda tem chances de conseguir uma aposentadoria com um salário mínimo.
Por outro lado, a previdência privada é flexível e o investidor pode acompanhar de perto a evolução patrimonial. Caso seja necessário, o investidor pode resgatar os valores antes da aposentadoria, ou até de uma só vez, ao invés de receber uma renda mensal quando se aposentar. Contudo, a previdência privada não possui garantias como o FGC.
Quando Optar por um ou Outro
A melhor coisa a se fazer é optar pelas duas previdências. Se a pessoa trabalha dentro do regime da CLT, fique atento às suas contribuições para o INSS. Ao manter a regularidade de suas contribuições, o trabalhador terá grandes chances de conseguir garantir uma boa aposentadoria no futuro.
Mas além da previdência social, é importante construir um patrimônio e com isso, formar uma previdência privada robusta. Assim, caso haja novas alterações na previdência social, que dificultem o seu acesso, a pessoa poderá desfrutar de sua previdência privada. Desse modo, investir em uma boa previdência privada e permanecer contribuindo com a previdência social é a melhor estratégia para alcançar uma aposentadoria mais segura e confortável.