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Você precisa estar preparado para a volatilidade

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Em 2009, no encontro anual de acionistas da Berkshire Hathaway, um dos participantes levantou a questão da volatilidade das cotações. De fato, era um assunto esperado, dado o humor do mercado diante da crise vivenciada no período.

Em seguida, Buffett teceu um comentário interessante a respeito do seu investimento em Wells Fargo, banco americano que viu uma queda de 75% nos 18 meses subsequentes a maio de 2008.

No seu comentário, o Oráculo de Omaha diz que as ações do Wells Fargo chegaram a menos de 9 dólares em uma época na qual os spreads, os fluxos de depósito e as vantagens em relação a outros bancos estavam melhores do que nunca.

Buffett conta que foi pressionado a se desfazer da posição. No entanto, argumentou para o lado oposto: se tivesse que colocar todo seu patrimônio em uma única ação, seria justamente a de Wells Fargo.

Você deve estar preparado de modo a não permitir que outras pessoas o coloquem em situações deste tipo. Você não pode deixar outras pessoas lhe forçarem a vender uma posição. Também deve buscar fazer com que suas emoções não interfiram nos seus investimentos, levando a uma eventual venda num momento inadequado.

“Por que alguém venderia Wells Fargo a 9 dólares, sendo que o possuíam quando custava 25, sendo que o negócio está melhor ainda agora do que quando estava nos 25. Esta é uma das coisas mais estranhas sobre o comportamento do mercado. As pessoas são muito afetadas pelo preço”, reflete o bilionário em seu comentário.

Um exemplo de Buffett para mudar sua percepção

Imagine que você é um fazendeiro. Você não fica olhando o preço de seu negócio e sua propriedade todos os dias. Ao invés disso, você busca olhar a produção de milho. Você busca olhar a produção de soja. Você observa os preços e os custos de fertilizantes e outras coisas necessárias para o bom andamento da operação.

Ou seja, você está atento àquilo que seu ativo é capaz de produzir, bem como àquilo que é necessário para manter seu funcionamento pleno. Mas, no universo das ações, as pessoas tendem a olhar para o preço e se deixam influenciar por ele. O preço é capaz de ditar o sentimento individual.

Warren considera que este tipo de comportamento é loucura. Ele pensa que os investidores devem olhar para suas ações do mesmo jeito que olhariam para suas “fazendas”.

O comportamento a se adotar diante da volatilidade

Todos os aspectos comportamentais dos investimentos são mais fáceis de serem falados do que serem feitos. Manter o racional e a frieza para analisar o investimento diante de uma queda grotesca, de fato, é bem difícil.

Os acionistas que seguraram as ações de Wells Fargo à época, viram mais da metade de seu investimento sumindo. No entanto, este não foi o único aspecto que os levou à preocupação. Eles também eram bombardeados com incontáveis comentários da imprensa a respeito dos problemas enfrentados pelos bancos americanos, em meio à crise.

Em meio à situação, Buffett acreditava ser bastante claro que os fundamentos do negócio permaneciam sólidos. No entanto, isso não bastava para os pequenos investidores, que eram dominados pelo pânico do Senhor Mercado.

Se o investidor não conhecia o case do banco por trás do código da ação, provavelmente ele teria tomado decisões precipitadas. Este é o real problema. Muitos negócios sofrerão contratempos como estes, durante algum intervalo compreendido em um longo horizonte de tempo.

Assim, o investidor deve estar preparado para lidar com este tipo de volatilidade. O pânico só pode ser evitado por aqueles que realmente conhecem os negócios nos quais investem. É como Buffett sempre ressalta: “nunca invista em um negócio que você não entende”.

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