Selecionar os melhores investimentos que se destacaram em um ano é um desafio complexo. Contudo, acreditamos que há uma série de oportunidades no mercado atual — empresas com fundamentos sólidos, mas que, por diversos motivos, ainda não atingiram um preço compatível com seu verdadeiro valor intrínseco
Assim, em um cenário onde muitos investidores confundem volatilidade com risco, há uma distinção crucial a ser feita. Para o investidor perspicaz, a volatilidade não é um sinal de perigo, mas uma aliada poderosa. Quando uma ação se desvaloriza temporariamente, isso não significa, necessariamente, que a empresa piorou; ao contrário, pode indicar uma chance de adquirir um ativo de qualidade com um desconto significativo. Nesse sentido, esse olhar estratégico permite transformar as movimentações dos preços em oportunidades reais de compra.
Investir dessa forma exige disciplina, paciência e um olhar profundo sobre o valor das empresas, independentemente das flutuações de curto prazo. Empresas sólidas, com histórico de crescimento e forte gestão, frequentemente sofrem com movimentos de mercado irracionais que nada têm a ver com sua saúde financeira ou perspectiva de longo prazo.
Ao entender essa dinâmica, os investidores podem identificar e capturar essas discrepâncias entre preço e valor. Construindo um portfólio que, no longo prazo, tende a refletir um potencial de valorização muito superior.
Neste contexto, exploraremos oportunidades que consideramos promissoras, onde o preço das ações ainda está abaixo de seu valor intrínseco. Para aqueles que buscam crescer e se aperfeiçoar como investidores, o mercado oferece essas chances únicas de aplicar os princípios do “value investing” de forma eficaz. Aproveitando ao máximo as distorções temporárias para buscar retornos significativos.
Apesar da dúvida sobre quais melhores investimentos para 2025 ser corriqueira e parecer, a princípio, ser de fácil determinação, a sua resposta não é tão simples assim. Afinal de contas, como foi colocado, o Brasil passa por um período imprevisível.
Contudo, para saber onde investir em 2025, a resposta se torna ainda mais incerta. Já que existem fatores de risco no curto prazo que podem alterar mais o cenário dos investimentos do próximo ano.
Com essa instabilidade do momento — que ocorre no âmbito fiscal e internacional — a afirmação de quais as melhores oportunidades de investimentos para 2025 se torna ainda mais difícil.
Ainda mais difícil porque, na prática, essa é uma dúvida que sempre terá uma resposta subjetiva. Isto já que o melhor investimento depende da particularidade de cada investidor, levando em conta fatores como: aversão ao risco, prazo e objetivo pretendido.
No entanto, é possível realizar uma análise mais ampla sobre cada uma das opções de investimentos para 2025.
Não. Com a tendência clara de juros elevados em 2025, a poupança sem dúvidas, será um dos piores investimentos para o ano.
Portanto, essa definição que a poupança atualmente, é um dos piores investimentos acaba sendo um consenso no mercado. Já que existem alternativas de investimento tão ou mais seguras que a poupança, e que ainda por cima proporcionam um rendimento superior a ela.
Desse modo, veja a seguir alternativas de investimentos mais interessantes para 2025.
Em um cenário de maior aversão ao risco, investidores de renda variável tendem a priorizar aportes em ativos mais estáveis e seguros, como os Fundos Imobiliários (FIIs).
Visto que sua volatilidade não é tão acentuada como a de outros ativos, o que tende a proteger o patrimônio do investidor, além de proporcionar uma renda passiva mensal. Dessa forma, surge a procura pelos melhores Fundos Imobiliários para 2025.
A seguir, trouxemos alguns dos FIIs que pensamos com bastante esmero para 2025 com potencial para serem ótimas opções de Fundos Imobiliários com renda passiva isenta de Imposto de Renda:
BTLG11 – BTG Pactual Logística
Atualmente, o BTG Pactual Logística FII (BTLG11) possui um Patrimônio Líquido de R$ 4,5 bilhões, com cerca de 361 mil cotistas, sendo a 2ª maior base de investidores e de PL dentre os FIIs logísticos.
Em função das últimas movimentações, entre compras e vendas, destacamos que o seu portfólio passará a ser composto por 36 imóveis e uma ABL (Área Bruta Locável) total de 1,3 milhão de m². Sendo 72% dela localizada no raio de até 60 km da cidade de São Paulo/SP e 90% no estado paulista.
Quanto ao perfil construtivo, ressaltamos que cerca de 97% dos imóveis possuem classificação A+ e apenas 3% com perfil B. Há uma boa distribuição de locatários, isto é, não apresenta riscos direcionais expressivos. A vacância física é de 2,8% – lembrando que o Fundo tem apresentado baixa vacância histórica.
O Fundo dispõe de R$ 600 milhões em caixa, além de parcelas a receber proveniente da venda de imóveis, ou seja, avaliamos que a estrutura de capital esteja equilibrada para o curto e médio prazo.
TRXF11 – TRX Real Estate
O TRX Real Estate (TRXF11) é um dos maiores FIIs de renda urbana que temos listados na bolsa. Atualmente o Fundo conta com cerca de 184,7 mil cotistas e um patrimônio líquido (PL) de R$ 2,1 bilhões.
Hoje, o portfólio conta com 54 imóveis, entre 16 inquilinos e ABL total de 563 mil m². Enquanto a área de terreno total representa um pouco mais de 1 milhão por m², conferindo ao Fundo potencial expansão ou mesmo áreas com potencial construtivo elevado (incorporações verticais residenciais e/ou comerciais) no futuro – ou seja, alto valor agregado.
No portfólio, 93,9% dos contratos são atípicos, considerando prazo médio contratual bastante alongado, de 15,4 anos. Ademais, 84,6% dos imóveis estão localizados em regiões metropolitanas, sendo 44,1% nas 10 maiores regiões metropolitanas e 63,3% entre as 20 maiores. A vacância física atual é marginal, na ordem de 0,46%.
Quanto ao perfil dos imóveis, há 94,8% da ABL voltado ao Varejo e 5,2% em Hospital. Já em relação aos setores de atuação, há 44,2% das receitas em Atacadistas, 29,4% em Varejo, 17,3% em Casa e Construção e 9,2% em Hospital. Destaque para 31,9% das receitas em Assaí, seguido por 17,4% no Grupo Mateus e 15,1% no GPA. Há ainda outros nomes importantes dentre seus inquilinos: Hospital Israelita Albert Einstein, Leroy Merlin, Obramax, Decathlon, Extra, Sam’s Club, Carrefour, entre outros.
XPML11 – XP Malls
O XP Malls (XPML11) é o maior FII de Tijolo listado na bolsa e, por consequência, o maior FII do setor de shopping centers. Seu início foi dezembro de 2017 e atualmente o Fundo conta com cerca de 547 mil cotistas e um patrimônio líquido (PL) de R$ 6,6 bilhões.
A XP realizou diversas aquisições nos últimos anos, alcançando participação em 23 shoppings, sendo 287,3 mil m² de ABL própria e mais de 4700 lojas. Seus indicadores operacionais seguem evoluindo, com destaque para aumentos de +7,5% nas Vendas/m² e +25,2% no NOI Caixa/m², quando comparados ao mesmo período de 2023 (set-24 vs. set-23). Inclusive, o indicador do NOI Caixa/m² médio nos últimos 12 meses foi de R$ 126,00/m² – acima dos principais pares, o que aponta para o perfil premium da sua carteira.
A vacância, em 4,4%, reitera a qualidade média do portfólio, ainda que os administradores sigam a estratégia de melhoria do mix de lojistas, especialmente para melhorar a eficiência operacional dos shoppings.
O portfólio está majoritariamente localizado na região Sudeste (73%), seguido por Nordeste (15%), Norte (7%) e Sul (4%). Em relação a diversificação por administradores, foi possível verificar que 35% da ABL dos shoppings são administrados pela SYN, seguido por 24% pela JHSF Malls e 13% pela Allos. Os três principais ativos representam um pouco mais de um terço do NOI do Fundo: 12% no Catarina Fashion Outlet, 12% no Grand Plaza Shopping e 11% no Tietê Plaza Shopping – isto é, não há grandes riscos direcionais evidentes em ativos específicos.
Resumo sobre os três FIIs
Dessa forma, observando o possível cenário para 2025 e o contexto do mercado, BTLG11, TRXF11 e XPML11 são três ótimas opções para este ano.
Na prática, a desvalorização nominal das cotações não ocorreu pela depreciação dos ativos dos fundos, e sim por condições sistêmicas face ao cenário macroeconômico desafiador. Isto é, não verificamos perda dos fundamentos. Na realidade, foi reflexo de uma marcação de preço do mercado considerando a curva de juros mais elevada para os próximos anos.
Para definir quais são os melhores investimentos em renda fixa para 2025, precisamos considerar tanto a expectativa de cenário econômico quanto o perfil de cada investidor.
Dessa maneira, a expectativa do mercado para inflação oficial (IPCA) e para a taxa básica de juros (Selic) para 2025 são de 4,40% e 12,63%, respectivamente. Em geral, as alternativas recomendadas para este cenário de juros elevados e inflação acima da meta são títulos pós-fixados atrelados ao DI e/ou Selic e títulos cujo indexador é a inflação. Portanto podemos elencar os seguintes ativos:
Tesouro IPCA+
Ideal para quem deseja proteção contra a inflação com uma rentabilidade adicional. As taxas de juros reais em patamares ainda acima da média podem ser atrativas.
Quando investir? Em cenários de incerteza inflacionária ou de médio a longo prazo, especialmente quando a inflação está em trajetória ascendente ou incerta.
Tesouro Selic
Indicado para quem busca liquidez e acompanha a taxa de juros básica da economia. Ideal para reserva de emergência.
Quando investir? Para reserva de emergência, investimentos de curto prazo e em cenários de alta de juros.
Tesouro Prefixado
Exige mais cautela. Atrativo em cenários quando há expectativa de queda nos juros, podendo garantir um retorno fixo.
Quando investir? Quando há expectativa de queda na taxa de juros, para garantir uma taxa atrativa por um longo período.
Títulos bancários, como CDBs, LCIs e LCAs
Para investidores que desejam diversificação com garantias adicionais, desde que avaliados com atenção.
Quando investir? Em cenários de juros altos ou para objetivos de médio prazo, aproveitando a garantia do FGC e as taxas atrativas. Cabe destacar que os títulos bancários se tornam interessantes desde que remunerem a uma taxa superior àquelas apresentadas, em mesmas características, pelos títulos públicos. Naturalmente, possuem mais risco, sendo o principal deles o risco de crédito.
Títulos corporativos, como as debêntures incentivadas e os CRIs/CRAs
Para quem busca rendimentos mais elevados e está disposto a aceitar mais riscos.
Quando investir? Para investidores com perfil moderado a agressivo, que buscam rendimentos mais altos e têm um horizonte de médio a longo prazo. São títulos que possuem maior risco, especialmente de crédito (atrelado ao emissor) e de liquidez.
ETFs de Renda Fixa
Alternativas práticas e de baixo custo para diversificar em títulos públicos e privados.
Quando investir? Para investidores que desejam diversificar, com baixa taxa de administração, e preferem uma abordagem de gestão passiva.
Fundos de Infraestrutura
Opções isentas de imposto e que investem em projetos de longo prazo. Vantajosos para quem visa horizonte longo.
Quando investir? Para investidores com horizonte de longo prazo, visando a aposentadoria ou construção de patrimônio, e que aceitam maior risco em troca de rendimentos periódicos, isenção fiscal e boas perspectivas de retorno.
Dessa forma, ao considerar os melhores investimentos em renda fixa para 2025, é importante avaliar seus objetivos financeiros, horizonte de tempo e nível de tolerância a riscos.
Investir em ações brasileiras atualmente pode ser uma estratégia interessante devido ao potencial de valorização. Diferente do que alguns investidores imaginam, as ações podem oferecer oportunidades de ganho muito superiores à renda fixa no longo prazo.
A seguir três empresas que acreditamos ter grande potencial em 2025:
Unifique (FIQE3)
Destaque entre as Small Caps, a Unifique opera no setor de Telecom, com foco na região Sul do Brasil e cerca de 800 mil clientes em sua base. Seu modelo de negócios combina receitas recorrentes, margens elevadas e ótima rentabilidade, posicionando a empresa como uma das mais promissoras para 2025.
Além de sua expansão contínua na área de internet fixa, a companhia investirá fortemente em sua nova linha de internet móvel, iniciando a ampliação das suas fontes de receita. Para investidores, a Unifique oferece uma rara combinação de crescimento sólido e remuneração atrativa via proventos, consolidando sua posição como uma das melhores escolhas para o próximo ano.
Banco do Brasil (BBAS3)
Combinando crescimento sustentável e distribuição consistente de dividendos, o Banco do Brasil segue sendo uma das melhores opções para 2025.
O banco se beneficia de sua liderança em segmentos estratégicos, como crédito rural e seguros, além de aproveitar o cenário de juros elevados para aumentar suas margens financeiras. A solidez de sua estrutura operacional, aliada à política de remuneração generosa aos acionistas, faz do Banco do Brasil uma escolha robusta tanto para quem busca renda passiva quanto para aqueles interessados em valorização de longo prazo.
Vamos (VAMO3)
A Vamos é uma das principais empresas do segmento de locação de caminhões e máquinas agrícolas no Brasil, com crescimento acelerado e um modelo de negócios inovador.
A companhia se destaca por sua liderança de mercado e pela capacidade de atender tanto pequenas empresas quanto grandes operadores logísticos. Em 2025, a Vamos deve continuar expandindo sua base de contratos de locação, além de aumentar sua presença em mercados complementares, como venda de seminovos e serviços financeiros.
Com eficiência operacional, expansão contínua e um setor com forte potencial de crescimento, a Vamos (VAMO3) surge como uma excelente oportunidade para investidores que buscam crescimento aliado à geração de valor consistente.
Investimentos ESG e Tendências Sustentáveis
Além das três empresas supracitadas, é importante que o investidor tenha em mente, as ações ESG. Ou seja, as companhias que aderem às boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Cada vez mais, essas empresas, que possuem tendências sustentáveis, se destacam no mercado e atraem mais investidores.
Mas, além dos investidores, essas companhias costumam ser bem aceitas no mercado, exatamente porque elas aderem a práticas de governança corporativa. E assim, possuem uma organização empresarial muito mais eficiente, reduzindo os riscos operacionais.
Dessa maneira, quando as empresas ESG são comparadas a outras empresas que não aderem a tais práticas, elas acabam se destacando e atraindo mais investidores.
Desse modo, consumidores e clientes, também dão preferência a empresas ESG, uma vez que elas aderem a iniciativas sociais e ambientais.
Além das práticas serem benéficas para a sociedade e o ambiente, essas empresas reduzem drasticamente os riscos relacionados à multa, ou escândalos envolvendo o meio ambiente e a sociedade.
Por isso, antes de investir em uma empresa, veja se ela adota práticas ESG.
Investir no mercado internacional se destaca como uma alternativa atraente. Oferecendo diversas vantagens, como a exposição a moedas fortes, a exploração de setores que não estão disponíveis no mercado local e um maior potencial de crescimento.
Atualmente, é possível investir por meio das BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Nesse sentido, os BDRs são títulos negociados na B3 que representam ações de empresas estrangeiras, como Apple, Amazon e Alphabet.
Com os BDRs, é possível diversificar a carteira com ativos globais de forma prática e com custos relativamente baixos. Sem a necessidade de abrir conta em uma corretora estrangeira. No entanto, os BDRs oferecem um leque menor de opções, geralmente limitadas a grandes empresas.
Para uma exposição completa ao mercado externo, a melhor opção é abrir conta em corretoras internacionais. Embora um pouco mais complexas na hora de declarar o imposto de renda, além de apresentarem custos maiores, essas instituições oferecem uma ampla variedade de empresas.
A seguir três empresas que acreditamos ter grande potencial em 2025:
Alphabet (GOOG)
A Alphabet, controladora do Google, é especializada em produtos e serviços de internet, incluindo anúncios digitais, mecanismos de busca, serviços de nuvem e diversos softwares.
Assim, a empresa concentra seus esforços no desenvolvimento de ferramentas e plataformas, com foco em inteligência artificial, para facilitar e melhorar a vida de bilhões de pessoas.
Com a digitalização das empresas, a Alphabet está bem-posicionada para aproveitar essa tendência. Além disso, o mercado de cloud computing representa outra área de grande potencial, à medida que esse segmento cresce.
Desse modo, a Alphabet, por meio do Google, é uma potência global com vantagens competitivas significativas e potencial de expansão. É pouco provável que algum concorrente consiga quebrar seu domínio no mundo digital nos próximos dez anos.
META Platforms (META)
A META, fundada em Harvard em 2004 como uma rede social privada, é hoje uma gigante do setor, com mais de 3,5 bilhões de usuários mensais.
Suas plataformas – Facebook, Instagram e WhatsApp – e seus dispositivos de realidade virtual e aumentada possibilitam a construção de comunidades e a conexão de pessoas ao redor do mundo.
Com seu forte efeito de rede, a empresa conecta quase metade do mundo por meio de suas plataformas. Assim, junto com a Alphabet, a META domina a indústria de anúncios digitais, em que o Google lidera o nicho de anúncios em busca (Search ads) e a META, o nicho de anúncios em redes sociais. Ambas devem continuar crescendo com a progressiva digitalização mundial.
Pampa Energía (PAM)
A Pampa Energía é a maior empresa independente de energia da Argentina, com atuação principal nos segmentos de geração elétrica, exploração e produção de petróleo e gás natural.
A empresa opera aproximadamente 5,3 GW de capacidade instalada, o que representa cerca de 14% da energia gerada no país.
Assim, a Pampa Energía também detém 8% (200 mil acres) da reserva de Vaca Muerta, a segunda maior reserva não convencional de gás natural do mundo.
Além disso, por meio de participações minoritárias ou operações menores, a Pampa Energía também atua em transmissão de energia, produção de petroquímicos, transporte de gás natural, além de refino e distribuição de derivados de petróleo.
Diversificação Internacional
Investir no exterior amplia as possibilidades de diversificação de investimentos, proteção e acesso a empresas e mercados que podem oferecer retornos diferenciados.
A exposição a economias e moedas fortes, aliada à oportunidade de investir em grandes empresas globais com perspectivas de crescimento, possibilita uma estratégia mais resiliente e potencialmente mais lucrativa.
Além disso, investir fora do país ajuda a reduzir a dependência do mercado local e a mitigar riscos econômicos e cambiais.
Algumas das empresas mencionadas ilustram bem o potencial que os investimentos globais podem trazer para uma carteira.
Contudo, além das ações, o mercado internacional ainda possui uma variedade de outros ativos, como os ETFs, por exemplo.
Ao comprar um ETF de algum índice internacional, como o S&P 500 (Estados Unidos), FTSE 100 (Inglaterra), ou DAX 40 (Alemanha), o investidor estará posicionado em um índice, composto por diversas ações. Nesse sentido, através de um único ETF, o investidor estará posicionado em um índice amplamente diversificado.
Desse modo, além de ser acessível, tal investimento pode ser extremamente vantajoso, já que oferece ao investidor exposição a moedas fortes (como o dólar, euro, ou libra esterlina).
Assim, o investidor que busca uma carteira mais segura e com oportunidades variadas deve considerar alocar parte de seus recursos no exterior, aproveitando as alternativas disponíveis tanto no mercado brasileiro quanto no internacional.
A inflação tem um impacto direto no poder de compra e nos retornos reais dos investimentos. Pois reflete o aumento generalizado dos preços, o que pode diminuir o valor do dinheiro ao longo do tempo.
Quando a inflação é alta, os rendimentos de investimentos podem ser corroídos, resultando em retornos reais negativos.
Além disso, a inflação influencia a política monetária, como as taxas de juros, que afetam o custo do crédito e as oportunidades de investimento.
A partir do segundo semestre de 2024, a inflação voltou a acelerar, gerando preocupação entre os economistas. Isso levou a sucessivas revisões altistas nas projeções do IPCA, indicando um cenário mais desafiador.
Os principais fatores que contribuíram para a aceleração da inflação foram:
- i) Crescimento econômico acima do potencial;
- ii) Mercado de trabalho aquecido, com baixas taxas de desemprego e aumento dos salários, pressionando os preços de serviços;
- iii) Desvalorização cambial, que impactou os preços de bens industriais e alimentos;
- iv) Questões climáticas, como estiagens, queimadas e falta de chuvas, elevando os custos de alimentos e energia;
- v) Instabilidade nas cotações de commodities no cenário externo;
- vi) Desancoragem das expectativas inflacionárias.
Diante de riscos crescentes para a inflação, a autoridade monetária não teve alternativa e retomou o aumento da taxa de juros.
Investimentos para se proteger da inflação
Estudos realizados por economistas como Jeremy Siegel demonstram que ações tendem a ser o melhor tipo de ativo para preservar o dinheiro contra a inflação no longo prazo.
Siegel enfatiza que, historicamente, as ações superaram a inflação, oferecendo rendimentos reais positivos. Isso se deve ao fato de que as empresas podem ajustar seus preços em resposta ao aumento dos custos e ao crescimento econômico. Permitindo que os acionistas se beneficiem de um crescimento contínuo nos lucros.
Dessa forma, em um cenário de inflação crescente, é crucial que os investidores busquem empresas com forte posicionamento no mercado. Que possuam a capacidade de repassar aumentos de preços para seus consumidores sem grandes dificuldades.
Como encontrar ações que repassam a inflação?
Essas empresas, muitas vezes denominadas de “quality” (com sólida vantagem competitiva), podem manter suas margens de lucro mesmo em ambientes inflacionários, proporcionando uma maior proteção financeira aos investidores.
Warren Buffett tem uma visão clara sobre como a inflação afeta diferentes tipos de empresas, especialmente em relação ao retorno sobre o capital investido (ROIC) e à utilidade de ativos tangíveis.
Buffett argumenta que empresas que possuem um alto ROIC são geralmente mais capazes de sobreviver e prosperar em ambientes inflacionários. Isso ocorre porque essas empresas têm uma forte vantagem competitiva e podem repassar aumentos de preços aos consumidores sem perder vendas. Fato que as mantêm lucrativas.
Desse modo, o alto ROIC indica que a empresa gera mais lucro em relação aos ativos que possui. Sinalizando eficiência e uma boa gestão do capital.
Por outro lado, empresas com ativos substanciais e um baixo ROIC podem enfrentar dificuldades durante os períodos de inflação. Isso porque, ao ter muitos ativos físicos, elas podem ser forçadas a investir capital significativo apenas para manter essas operações, sem gerar retornos robustos.
Além disso, a inflação pode consumir as margens de lucro dessas empresas, uma vez que elas têm menos flexibilidade para aumentar os preços.
Assim, uma boa escolha de ativos com foco no longo prazo não só ajuda a enfrentar a inflação, mas também proporciona crescimento sustentável.
A tendência para 2025 está clara, a taxa Selic permanecerá nos dois dígitos e tem tudo para continuar crescendo no primeiro semestre de 2025.
Portanto, é fundamental compreender onde investir para encontrar as melhores oportunidades de investimentos e definir as estratégias de aporte mensal para o ano.
Renda fixa com a taxa de juros em 2025
De acordo com as projeções do Boletim Focus, a taxa Selic possivelmente terminará 2025 em 12,63%. Uma taxa maior do que a atual (de 11,75%).
Desse modo, os produtos de renda fixa, como as letras do Tesouro Selic e os produtos emitidos por bancos, como os CDBs, LCIs e LCAs (pós-fixados), surgem como ótimas opções de investimento.
Querendo ou não,em 2025 a Selic permanecerá elevada. E assim, os títulos de renda fixa, que possuem um grau de risco menor comparado a renda variável, são um dos investimentos mais atraentes para o ano.
Sendo que a vantagem da renda fixa fica mais evidente quando comparamos o juro à inflação. O ganho real, no momento, é substancial, acima dos 7%.
Portanto, ao considerar os riscos e os ganhos, a renda fixa dispara como um dos melhores investimentos para 2025.
Renda variável com a taxa de juros em 2025
Taxas de juros afetam o valuation das empresas, ou seja, o processo de estimar o valor de uma companhia. Dessa forma, juros altos acabam diminuindo o valuation, impactando negativamente o preço das ações.
Além disso, existem setores dentro da bolsa que são mais impactados pela Selic. Por exemplo, os segmentos bancário e seguradoras têm uma relação positiva com a Selic. Já que uma fonte importante das receitas dessas companhias são as aplicações em títulos públicos.
Por outro lado, os setores de construção civil e varejo são impactados negativamente. Já que o aumento dos juros encarece o crédito, inibindo o consumo e a demanda por financiamentos imobiliários.
Porém, são nesses momentos que empresas sólidas e com bons fundamentos costumam ficar mais baratas, proporcionando maior potencial de valorização.
Depois de compreender melhor as opções de investimento no ano que vem e o contexto macroeconômico que as envolvem, é preciso também saber qual a importância de investir em 2025.
Isso porque, considerando o cenário de maior risco — com queda na bolsa, inflação elevada e juros mais altos — alguns investidores podem preferir não investir neste momento.
Contudo, é preciso ressaltar que historicamente as melhores oportunidades de investimento aconteceram justamente em períodos de maior aversão ao risco.
Ou seja, quando o mercado precificava para baixo os preços dos ativos considerando a maior incerteza e instabilidade política e econômica.
Essa é uma realidade histórica não apenas no mercado brasileiro, mas mundial. Não é à toa que em 1810 o financista londrino Nathan Rothschild disse:
“Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos”.
Na prática, quando as notícias estão demasiadamente ruins, com investidores muito pessimistas, o preço dos ativos tendem a desviar com maior intensidade de seu real valor intrínseco.
Com isto, investidores pacientes e com visão de longo prazo podem aproveitar desse fato para comprar excelentes ativos por preços bastante atrativos. Sendo esta uma das oportunidades e também a importância de investir em 2025.
Posteriormente, quando o cenário econômico, fiscal e político se estabilizar, os preços dos ativos já serão outros, bem mais elevados. Assim, aqueles que forem resilientes e comprarem ativos em meio ao pessimismo, terão feito bons investimentos. Enquanto os pessimistas, depois, terão que pagar mais caro pelos ativos.
O verdadeiro sucesso em investir não reside em prever movimentos de curto prazo, mas em compreender os fundamentos que impulsionam o valor das empresas ao longo do tempo.
Dessa maneira, o mercado continua oferecendo chances únicas para aqueles dispostos a olhar além do ruído e focar no que realmente importa: os fundamentos.
Nesse sentido, acreditamos que o caminho para retornos consistentes e significativos passa pela identificação de discrepâncias entre preço e valor. Assim, o investidor pode aproveitar as flutuações de mercado para realizar suas “compras”.
Ao manter o foco em fundamentos sólidos, disciplina e uma visão de longo prazo, os investidores podem construir portfólios resilientes e alinhados aos princípios do “value investing”.
As oportunidades apresentadas para 2025 não são apenas apostas baseadas em tendências passageiras, mas uma seleção criteriosa de investimentos, negociados por preços abaixo do seu valor intrínseco, com potencial de entregar valor sustentável no longo prazo.
Portanto, ao identificar organizações subavaliadas com fundamentos sólidos, liderança forte e perspectivas claras de crescimento, buscamos oferecer um mapa que auxilia o investidor a navegar pelos desafios e incertezas do mercado.
Além disso, as oportunidades discutidas neste texto representam mais do que possíveis ganhos financeiros: elas são um convite à evolução contínua como investidor e ao aprofundamento na arte de encontrar valor onde o mercado, por vezes, falha em enxergar.
E então, conseguiu entender melhor o contexto para os melhores investimentos para 2025? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre esse assunto.
Quais são os melhores investimentos para 2025?
Pensando estritamente na performance da carteira para o ano, podemos dizer que a renda fixa cumprirá um importante papel em 2025. Sem dúvidas, os produtos de renda fixa vão proporcionar ótimos rendimentos aos investidores, principalmente aqueles atrelados ao CDI, ou à Selic. Como a taxa de juro estará elevada para 2025, os produtos de renda fixa pós-fixados são uma das melhores alternativas para o ano.
Como diversificar minha carteira para 2025?
Independente do cenário econômico de 2025, o investidor que pretende construir uma carteira de investimento precisa se ater ao seu perfil de investidor. Nesse sentido, é importante saber se o investidor é de perfil moderado, conservador ou arrojado.
Assim, com base nessa informação, o investidor estará mais preparado para construir sua carteira. Por exemplo, se o investidor for de perfil conservador, ele dará preferência aos produtos de renda fixa com alta liquidez.
Já investidores moderados, vão pulverizar mais seus investimentos, incluindo em suas carteiras, produtos como fundos de investimentos e até ETFs. Já aqueles designados como arrojados, vão trabalhar com uma diversidade maior de investimento, chegando até as ações, derivativos e demais produtos disponíveis.
Quais setores e classes de ativos estão em alta para 2025?
Projetando uma Selic ainda maior em 2025, podemos citar a renda fixa, como uma das classes de ativo, mais atraentes para o período. Principalmente os produtos pós-fixados.
Contudo, a renda variável também estará bem interessante, já que o mercado, provavelmente, estará bem volátil. Assim, ações e fundos imobiliários possivelmente estarão mais “baratos”.
Por fim, uma classe de ativo que não pode faltar, são os ativos internacionais. Com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, é esperado que haja mais incentivos à economia norte-americana e consequentemente, mais negócios e lucros.
Portanto, é possível que a bolsa se valorize ainda mais, gerando retornos ainda maiores do que os vistos em 2024. Além disso, o dólar pode manter a tendência de valorização em 2025. Desse modo, manter parte dos ativos “dolarizados” pode ser uma forma inteligente de lucrar com a volatilidade do mercado.
Então, se o investidor ainda não possui ativos associados aos Estados Unidos, como BDRs, e ETFs, talvez esse seja o momento de incluir alguns deles na carteira.