O Itaú voltou a ganhar atenção de investidores após um Non-deal Roadshow (NDR) realizado no Rio de Janeiro. Representado por Gustavo Rodrigues (IRO) e Pedro Manzano (Gerente de RI), o banco destacou sua transformação operacional com foco em eficiência, digitalização e crescimento do empréstimo consignado privado. A XP manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 45 por ação, apontando potencial de valorização de 17% frente à cotação atual.
O encontro trouxe três pontos principais: evolução do consignado privado, desdobramentos do Itaú Day e dinâmica da inadimplência no cenário atual. Segundo a XP, a leitura geral foi construtiva, reforçando a tese de investimento na instituição financeira e no Itaú (ITUB4) como case de longo prazo.
Consignado privado impulsiona expectativas
A gestão ressaltou que o produto tem grande potencial para a economia brasileira, por oferecer taxas menores e risco de crédito reduzido devido às garantias. Embora ainda existam dúvidas sobre impactos em segmentos de menor renda, o banco disse que a inadimplência está em linha com o esperado. O crescimento recente decorre principalmente da migração de linhas legadas e de crédito pessoal, sendo a nova originação a menos relevante no momento.
Eficiência, digitalização e corte de custos no Itaú
Outro tema levantado foi a meta de ganhos de eficiência até 2030. A instituição aposta na digitalização do relacionamento com clientes, modernização da plataforma e descontinuação de sistemas legados, como o mainframe até 2028. A XP apontou ainda o interesse do banco em adotar inteligência artificial generativa para acelerar vendas e escalar negócios.
Qualidade do crédito
Apesar do ambiente financeiro desafiador, executivos afirmaram que os indicadores de inadimplência seguem controlados. A carteira de crédito passou por um processo de redução de risco nos últimos três anos, permitindo ao Itaú manter NPLs entre os mais baixos do setor em pessoas físicas. Nas PMEs, espera-se normalização após o impulso de programas com garantia governamental.
No encerramento do relatório, os analistas reforçaram a visão positiva: “O discurso reflete uma combinação de disciplina e pragmatismo: crescimento seletivo, remodelagem da estrutura operacional e prudência em novas modalidades de crédito”, escreveram Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, da XP Investimentos sobre o Itaú.
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