Ícone do site Suno Notícias

Suzano (SUZB3) insiste em reajustes e testa o mercado, diz BTG

Suzano anuncia nova rodada de reajustes da celulose para o início de 2026.

Suzano anuncia nova rodada de reajustes da celulose para o início de 2026.

A Suzano (SUZB3) voltou a pressionar o mercado global de celulose ao anunciar uma nova rodada de reajustes para o início de 2026. Segundo análise do BTG Pactual, o movimento reforça a tentativa da companhia de empurrar os preços para níveis mais elevados, mesmo com a dificuldade de implementação observada nas rodadas anteriores.

De acordo com dados da Fastmarkets citados pelo BTG, a empresa informou clientes sobre um aumento de US$ 20 por tonelada na celulose de fibra curta na China e no restante da Ásia, com vigência a partir de 1º de janeiro. O reajuste se soma a outro aumento de mesmo valor anunciado para os embarques de dezembro.

Caso seja implementado, o movimento representaria mais um passo em uma sequência de tentativas de alta promovidas pela Suzano ao longo do segundo semestre de 2025.

Europa e América do Norte entram no radar

Em paralelo, a companhia discute um ajuste bem mais expressivo na Europa e na América do Norte. Nessas regiões, a proposta envolve um aumento de US$ 120 por tonelada nos preços de lista, também com vigência a partir de janeiro.

Segundo o BTG, esses mercados operam sob dinâmicas comerciais distintas, com maior nível de serviço, gestão local de estoques e logística portuária, o que ajuda a explicar um reajuste nominal mais elevado em relação à Ásia.

Preços realizados seguem estáveis

Apesar da sucessão de anúncios, os preços efetivamente praticados seguem praticamente inalterados. O índice PIX China BHKP Net estava em US$ 545,6 por tonelada em 19 de dezembro, sem variação semanal. Na Europa, o índice PIX BHKP permaneceu em US$ 1.100 por tonelada.

O BTG destaca que a absorção dos reajustes continua gradual, com os preços realizados ficando atrás das intenções anunciadas pelos produtores.

Quinta tentativa recente

Este já é o quinto anúncio de aumento de preços nos últimos meses, o que, na leitura do BTG, evidencia o desconforto da Suzano com os níveis atuais da celulose e a tentativa de levar os preços para patamares mais próximos de US$ 580 por tonelada.

Ainda assim, os analistas ponderam que, como nas rodadas anteriores, a implementação tende a ser parcial. Caso haja sucesso, os preços de transação poderiam avançar para uma faixa entre US$ 570 e US$ 590 por tonelada.

No encerramento, o BTG avalia que, apesar de o anúncio da SUZB3 contribuir para um tom mais construtivo para a celulose em 2026, o movimento não altera de forma relevante o cenário-base do setor e resume o diagnóstico ao afirmar que “os preços atuais da celulose são insustentáveis e vários produtores de alto custo no hemisfério norte estão operando no prejuízo”.

Sair da versão mobile