Ícone do site Suno Notícias

Suíça votará proibição de pesticidas sintéticos em referendo

Acontece, neste domingo, um referendo na Suíça que propõe acabar com os subsídios aos agricultores que usam pesticidas sintéticos.

Foto: Pixabay.

Acontece, neste domingo (13), um referendo na Suíça que propõe acabar com os subsídios aos agricultores que usam pesticidas sintéticos. A campanha, que nasceu em 2016 com o nome “Por uma Suíça sem pesticidas químicos”, vem de produtores orgânicos e ambientalistas que não usam produtos químicos.

Duas iniciativas estão em pauta. A primeira propõe suspender por 10 anos os subsídios aos agricultores que usam produtos dessa natureza, enquanto outra prevê a extinção desse benefício. A Suíça pode se tornar o segundo país no mundo a proibir pesticidas.

A campanha tomou notoriedade nos últimos cinco anos, conseguindo apoio no Parlamento, que chamou o referendo popular. Os apoiadores da causa alertam para níveis preocupantes de pesticidas na água e danos a plantas, insetos e animais.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Video Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

Caso as iniciativas sejam aprovadas, os agrotóxicos serão proibidos em todas as atividades do setor, desde a agricultura até jardinagem.

O uso de pesticidas e a defesa corporativa

Na prática, pesticidas são agentes químicos ou biológicos usados para controlar pragas no agronegócio. Embora melhorem a aparência física dos produtos e potencialmente aumentem as colheitas, são feitos diversos questionamentos sobre impactos na saúde por conta da ingestão desses produtos.

Se o povo suíço decidir pela proibição, será de maior impacto global do que a decisão do Butão em 2013, já que a Suíça é a casa do maior fabricante de pesticidas do planeta, a Syngenta (NYSE: SYT).

Dentre outras empresas do segmento, a multinacional está realizando campanhas no país para ressaltar os benefícios do uso desses produtos químicos na produção de alimentos. O governo e grandes associações de produtores também fazem campanha para que os eleitores rejeitem as iniciativas.

De acordo com a Associação Suíça de Agricultores, o uso de pesticidas químicos já caiu 40% nos últimos 10 anos no país. Contudo, eles ainda são necessários para combater pragas e doenças comuns, disse a associação à agência de notícias SWI Swissinfo neste mês.

A estimativa da associação é de que, caso o projeto seja aprovado, a produção de alimentos cairia de 20% a 30%. A reposição de alimentos também ficaria comprometida, uma vez que a importação de alimentos produzidos com os agrotóxicos também seria proibida.

A democracia da Suíça, com 8,6 milhões de habitantes, permite que todas as grandes decisões dessa natureza sejam realizadas nas urnas.

Para isso, é necessário que o projeto tenha 100 mil assinaturas — o texto dos agrotóxicos superou a marca em 21,3 mil assinaturas. Além do tema das pesticidas, o povo também votará, neste domingo, uma nova lesgislação anti-terrorista, novo imposto sobre combustíveis fosséis e financiamento emergencial da Covid-19.

Sair da versão mobile