O fundo imobiliário SNEL11 superou a marca de 40 mil cotistas, segundo dados enviados pela administradora à Suno Asset. O número é visto pela gestora como um marco na história do FII e mais um sinal de aprovação à tese de investimentos, que prevê a geração de renda por meio da exploração da energia renovável.
Em outro sinal de aceitação pelo mercado, o SNEL11 registrou em agosto seu quarto mês consecutivo de liquidez média diária acima de R$ 1 milhão — mais exatamente R$ 1,143 milhão por dia, alta de 4,7% em relação a julho, quando esse indicador foi de R$ 1,091 milhão. O volume financeiro total do fundo foi de R$ 24,02 milhões, segundo dados da Economatica, empresa de inteligência de dados do grupo TC.
Nesta segunda-feira (1), no primeiro pregão de setembro, o SNEL11 teve liquidez acima da média, próxima de R$ 2 milhões. O aquecimento na busca pelas cotas do fundo ocorreu no após o anúncio da conexão da usina fotovoltaica São Bento Abade à rede elétrica da Cemig, concessionária responsável pela distribuição de energia em Minas Gerais.
Com essa conexão, o fundo da Suno Asset já pode alugar o imóvel para empresas que atuam no mercado de geração distribuída e, assim, ampliar sua receita imobiliária. Em junho, no último resultado consolidado, o SNEL11 registrou sua maior receita de locação, no valor de R$ 1,868 milhão.
SNEL11: mais sobre o portfólio do FII
A usina São Bento Abade, localizada no município de mesmo nome, tem capacidade instalada de 7,00 MWp (5,00 MW AC) e integra o portfólio construído no âmbito da segunda emissão de cotas do fundo. As obras foram finalizadas em dezembro de 2024 e o SNEL11 aguardava a conclusão das obras de reforço da rede pela concessionária local para energização.
O aumento potencial de receita, contudo, não será imediato, aponta a gestora, Além do tempo para a formalização de eventuais acordos, o mercado de energia tem um delay característico que provoca alguns meses de intervalo entre as locações e o efetivo recebimento dos recursos pelo proprietário.
Assim que a usina passe a gerar receitas, elas serão incluídas no cálculo regular dos dividendos do SNEL11, que nos últimos 14 meses foram estabilizados em R$ 0,10 por cota, com uma rentabilidade superior a 14% ao ano, isenta de tributação
Hoje, o fundo da Suno Asset detém a propriedade de 17 usinas fotovoltaicas. Algumas foram construídas pelo próprio SNEL11 e outras foram adquiridas quando já estavam prontas e em operação. O patrimônio líquido está avaliado em cerca de R$ 330 milhões, ou R$ 8,62 por cota.
Oferta tenta ampliar capacidade de investimentos
A fim de ampliar a capacidade de investimento e geração de receita, o SNEL11 está realizando sua 4ª oferta de emissão de cotas, que tem a intenção de captar cerca de R$ 637 milhões. Com isso, o patrimônio líquido do fundo ficará próximo de R$ 1 bilhão,
A janela inicial para investidores institucionais e não institucionais ficará aberta até 9 de setembro, na B3, e 23 de outubro, no escriturador. Na B3 haverá outros períodos de coleta de intenções: o primeiro vai de 16 a 22 de setembro e o segundo, de 29 de setembro até 23 de outubro.
O preço unitário é de R$ 8,60. Desse valor, R$ 8,32 se referem ao valor da cota e R$ 0,28 são o custo da subscrição. Os recursos, segundo o pipeline apontado pela Suno Asset, serão usados na compra de até 18 usinas prontas e 4 em projeto de construção.
Para a gestora, o atual momento do SNEL11 é um sinal de aceitação da tese de investimentos pelo mercado, diante da percepção cada vez mais clara de que o mercado de energia renovável já deixou o estágio experimental e se tornou uma fonte concreta de rentabilidade para investidores que desejam conciliar geração de renda com o respeito ao meio ambiente.