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Seguro de crédito pode ser chave para reviravolta em Casas Bahia (BHIA3), dizem analistas

Casas Bahia. Foto: Divulgação

BHIA3: Seguro de crédito pode redefinir o futuro da Casas Bahia. Foto: Divulgação

O seguro de crédito deixou de ser um simples detalhe operacional e se tornou uma variável crucial para a recuperação financeira da Casas Bahia (BHIA3). A análise da Genial revela que a normalização de três fatores chave — spreads de risco sacado, recomposição dos limites das seguradoras e a redução do volume de crédito caro — pode resultar em uma economia significativa para a companhia, com potencial de melhorar os resultados financeiros em centenas de milhões de reais. Segundo Iago Souza, analista da Genial, esses fatores ainda não são plenamente refletidos no preço da ação da empresa.

O impacto do risco sacado nas finanças

A estratégia de financiar o estoque por meio do risco sacado tem sido um ponto de pressão constante para a Casas Bahia. Em junho de 2025, o saldo de risco sacado da companhia alcançou R$ 2,3 bilhões, com uma taxa média de juros de 27% ao ano. Esse cenário eleva o custo financeiro e dificulta a recuperação da lucratividade. Para Iago Souza, “o alívio no resultado financeiro poderia variar de R$ 114 milhões a mais de R$ 500 milhões por ano até 2028, dependendo da normalização do risco sacado.”

Três cenários financeiros para BHIA3

De acordo com o analista, a evolução do cenário financeiro da BHIA3 depende de três possíveis trajetórias para o risco sacado:

  1. Cenário 1: No cenário mais conservador, em que o spread de juros se normaliza para 130% do CDI e o risco sacado é reduzido para R$ 1,5 bilhão, a companhia teria uma economia moderada, de cerca de R$ 114 milhões a R$ 123 milhões por ano até 2028.
  2. Cenário 2: Caso o risco sacado seja reduzido à metade, para R$ 750 milhões, e o spread continue sua normalização, o impacto financeiro seria muito maior, com uma economia de R$ 284 milhões a R$ 309 milhões até 2028.
  3. Cenário 3: Em um cenário ideal, onde o risco sacado é completamente eliminado até 2026, o impacto seria transformador, com uma economia de até R$ 501 milhões por ano até 2028. Esse cenário, segundo Souza, ainda não está no preço da ação, mas representa o potencial máximo de melhoria.

“Esses três cenários ilustram o que pode acontecer com a normalização do risco sacado e o impacto no resultado financeiro da empresa”, afirma Iago Souza. Ele também destaca que a execução dessas mudanças, que dependem da negociação com seguradoras e bancos, pode ser crucial para a mudança de patamar da companhia.

O futuro da lucratividade das Casas Bahia

A recuperação da lucratividade da Casas Bahia está diretamente ligada à sua capacidade de reduzir a dependência do risco sacado e normalizar sua estrutura de capitl. “A normalização do risco sacado e a redução da despesa financeira são condições essenciais para a recuperação do fluxo de caixa”, afirma o analista. Além disso, fatores exógenos, como a recuperação da confiança de fornecedores e seguradoras, também desempenham um papel fundamental na recuperação da empresa.

Caso a companhia consiga avançar na reestruturação financeira, há espaço para acelerar sua recuperação. Movimentos como a venda de ativos non-core ou uma possível capitalização no mercado poderiam antecipar o alívio no endividamento, trazendo mais liquidez e estabilidade para a empresa.

O seguro de crédito tornou-se a chave para o futuro de BHIA3, com a normalização dos spreads de risco sacado e a redução da dependência de crédito caro sendo essenciais para a recuperação financeira da companhia. Como afirma Iago Souza, analista da Genial, “uma mudança bem-sucedida nessa estrutura pode redefinir a trajetória da empresa nos próximos anos e transformar sua percepção no mercado.”

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