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Rússia ataca porto ucraniano e coloca em risco acordo de exportação de grãos

Vladimir Putin, presidente da Russia. Foto: YouTube

Vladimir Putin, presidente da Russia. Foto: YouTube

Após uma semana de relativa calmaria, a Rússia volta à atacar a Ucrânia. Desta vez, o alvo foi o porto no rio Danúbio, na região de Odessa. Duas pessoas ficaram feridas.

Apesar do ataque não ter sido tão violento, ele ocorre um dia antes do encontro do presidente russo Vladimir Putin com o líder turco Recep Tayyip Erdogan. A expectativa é de que Erdgogan tente convencer o Kremlin a voltar para o acordo de grãos, que garantia um corredor para exportações pelo Mar Negro e ajudou a reduzir o preço dos alimentos no mundo em meio à guerra entre dois grandes produtores agrícolas.

De acordo com informações da agência AFP, Kiev acusou a Rússia de atacar instalações “industriais civis” às margens do Danúbio — na divisa entre a região ucraniana de Odessa e a Romênia, membro da OTAN — e afirmou ter abatido 22 dos 25 drones lançados. Ainda assim, segundo autoridades ucranianas, duas pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas.

O próprio exército russo admite que atingiu o porto de Reni, às margens do Rio Danúbio, e alegou que as instalações armazenavam combustível que seria usado para abastecer as tropas ucranianas.

A Romênia, por sua vez, criticou duramente o bombardeio. “Reiteramos nos termos mais fortes que esses ataques contra alvos civis e a infraestrutura da Ucrânia são injustificados e contradizem profundamente as regras do direito internacional”, declarou a em nota o Ministério da Defesa.

O movimento da Rússia é arriscado já que a OTAN tem uma regra clara que diz: o ataque contra um é o ataque contra todos. Ou seja, um erro de cálculo poderia colocar a Rússia em confronto direto com a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

Entenda o caso

O porto de Reni já havia sido atingido no fim de julho, quando a Rússia abandonou o acordou de grãos e lançou uma ofensiva contra infraestrutura agrícola da Ucrânia. O corredor aberto no Mar Negro permitiu que mais de 30 milhões de toneladas de grãos deixassem a Ucrânia e reduziu o preço global de alimentos em 20%, segundo dados da ONU, que mediou o acordo.

A Rússia, no entanto, alegou que não teve as suas reivindicações atendidas e acabou com a trégua no Mar Negro. Apesar do bloqueio russo, o primeiro cargueiro civil que saiu do país conseguiu voltar à Ucrânia em agosto e o presidente Volodmir Zelenski disse neste fim de semana que outros dois navios atravessaram um “corredor temporário” de grãos.

Nesta segunda-feira (04), a tensão crescente na região será tema de um encontro entre Putin e Erdogan na cidade costeira de Sochi, às margens do Mar Negro na Rússia.

Com informações do Estadão Conteúdo

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