Reformas tornam cenário mais benéfico para inflação, segundo Campos Neto

Juliano Passaro

12/07/2019 09:52

Atualizado em: 18/02/2021 17:23

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Campos Neto diz que momento exige cautela na política monetária

Na última quarta-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, com o progresso nas reformas, a perspectiva é de um ambiente mais favorável para a inflação. Para o mandatário, a aprovação do texto-base da reforma da Previdência já foi um grande passo.

Em entrevista à GloboNews, Campos Neto mostrou um olhar positivo sobre uma possível redução da taxa Selic. Dessa forma, ele também destacou como deve ficar o cenário para a inflação.

“Basicamente o que nós dissemos na última comunicação. Quando nós olhamos o externo ele está mais benigno, quando nós olhamos o hiato do produto, quando olhamos a capacidade ociosa, nós hoje temos uma capacidade ociosa maior, nós inclusive reconhecemos que teve interrupção no crescimento, que é um termo forte”, disse o presidente do Banco Central.

Ainda sobre melhoras no cenário econômico, Campos Neto falou sobre a relação da inflação com a reforma. “E como nós tínhamos três fatores e dois melhoraram sensivelmente, nós passamos então a dizer que o fator preponderante ficou com as reformas. Obviamente um avanço nas reformas faz com que o cenário fique mais benigno para a inflação no futuro”, enunciou.

Taxa Selic

Ao final do mês de julho, o Comitê de Política Monetária terá uma reunião para decidir a taxa de juros básicos. No momento, ela está em 6,5% ao ano.

Em uma atual pesquisa Focus, o Banco Central, junto a economistas, afirmou que é esperado uma baixa de 0,25% na taxa básica de juros no dia 31 deste mês.

Em maio deste ano, o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, disse que o Banco Central deveria diminuir a taxa Selic a partir do mês de setembro. Entretanto, conforme o economista, isto ocorreria apenas se a reforma da Previdência fosse aprovada.

Meta para a inflação em 2019

Com uma possível manutenção da taxa básica de juros, pelo Copom, a finalidade será cumprir a meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Dessa forma, a taxa Selic funciona como uma ferramenta para conduzir a política monetária do País.

Veja as metas colocadas pelo CMN ( Conselho Monetário Nacional) para a inflação nos próximos anos:

2019: 4,25%, com intervalo de tolerância de 1,5% (entre 2,75% e 5,75%)
2020: 4%, com intervalo de tolerância de 1,5% (entre 2,5% e 5,5%)

Sendo assim, há duas alternativas para guiar a manutenção dos juros:

Projeções para inflação alinhadas à meta do CMN: o Copom reduz os juros básicos.
Projeções para inflação não alinhadas à meta do CMN: o Copom aumenta os juros básicos.

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