Receber R$ 5 mil mensais em renda passiva é uma meta que chama atenção de quem busca liberdade financeira — mas também levanta a dúvida: quanto é preciso investir para atingir esse valor? A boa notícia é que essa renda é possível mesmo para quem começa com aportes pequenos, como R$ 100 ou R$ 200 mensais. O caminho envolve disciplina, foco no longo prazo e escolhas estratégicas de investimento.
De acordo com Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, o segredo está em manter a constância nos aportes e reinvestir os rendimentos. Com o tempo, isso permite a formação de um patrimônio sólido, capaz de gerar renda estável todos os meses.
Considerando uma rentabilidade líquida de 0,7% a 0,8% ao mês, o patrimônio necessário para chegar aos R$ 5 mil mensais fica entre R$ 625 mil e R$ 715 mil. Esse valor varia conforme os ativos escolhidos: em renda fixa conservadora, como o Tesouro IPCA, o ideal é acumular cerca de R$ 715 mil. Já em fundos imobiliários, a meta pode ser atingida com algo entre R$ 625 mil e R$ 680 mil, enquanto ações de dividendos exigem de R$ 650 mil a R$ 715 mil.
Como produzir renda passiva?
Veja algumas estratégias práticas para quem deseja construir uma renda passiva robusta:
- Diversifique a carteira com renda fixa, fundos imobiliários (FIIs) e ações que pagam dividendos;
- Reinvista todos os rendimentos recebidos para acelerar o efeito dos juros compostos;
- Invista com regularidade, mesmo que os aportes sejam baixos. Com R$ 300, R$ 500 ou R$ 1.000 por mês, os resultados aparecem com o tempo;
- Ajuste a carteira ao cenário econômico: em períodos de juros altos, a renda fixa pode ser mais atrativa; em momentos de juros baixos, ações e FIIs ganham espaço;
- Foque na qualidade: em ações, busque empresas resilientes, com bom histórico de dividendos e baixa alavancagem.
Por exemplo, aportes de R$ 1.000 mensais levariam cerca de 23 anos para acumular o montante necessário. Já com R$ 500 por mês, o prazo sobe para 30 anos, e com R$ 300, fica em torno de 35 anos. Quem investe R$ 100 mensais deve considerar um horizonte de mais de 40 anos.
Ajustes ao longo da jornada
O cenário macroeconômico impacta diretamente as decisões de alocação. Ativos como Tesouro IPCA, ações que repassam inflação e FIIs atrelados a índices de preços são importantes para proteger o poder de compra ao longo do tempo. A disciplina de investir e reinvestir, no entanto, deve ser constante — independentemente do momento do mercado.
Construir uma estratégia de longo prazo, respeitando o perfil do investidor e mantendo o foco nos aportes frequentes, é o que transforma pequenos valores mensais em uma fonte sólida de renda passiva no futuro.
