O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,3% em março ante fevereiro, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com março de 2024, houve crescimento de 3,5% em março de 2025.
No primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, o PIB avançou 1,6%. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 3,1% nos primeiros três meses deste ano. A taxa acumulada em 12 meses até março foi de 3,5%.
Segundo a FGV, o bom desempenho da agropecuária impulsionou a atividade econômica, com crescimento de 12,2%, mas houve contribuição positiva também dos serviços, atividade de maior peso no cálculo do PIB, com alta de 1,3%.
“Com isso, o resultado do primeiro trimestre reverte a tendência declinante da economia, que se observava desde o terceiro semestre de 2024”, apontou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB da FGV, em nota oficial. “O destaque negativo do primeiro trimestre foi a estagnação industrial. Embora a maior parte das atividades industriais tenha registrado crescimento, a retração na indústria de transformação, atividade de maior peso na indústria, explica esse desempenho.”
Pela ótica da demanda, houve expansão em todos os componentes no primeiro trimestre, frisou a pesquisadora. “Destaca-se, entre eles, a exportação, que após ter registrado diversas retrações em 2024, cresceu 2,8% no primeiro trimestre, com grande influência de produtos agropecuários”, completou Trece.
PIB: Monitor da FGV antecipa dados oficiais do IBGE
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais. O anúncio do PIB do primeiro trimestre será feito apenas em 30 de maio pelo órgão estatal.
No primeiro trimestre de 2025 ante o primeiro trimestre de 2024, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 2,7%. “Apesar disso, nota-se que há certa estabilidade nos crescimentos dos três últimos trimestres. Todas as categorias de uso contribuíram para essa redução do crescimento no consumo, sendo as maiores reduções de contribuição registradas em produtos duráveis e serviços”, ressaltou a FGV.
A Formação Bruta de Capital Fixo teve uma elevação de 6,9% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano anterior, com destaque para o desempenho do segmento de máquinas e equipamentos.
A exportação de bens e serviços registrou alta de 1,0% no primeiro trimestre de 2025 ante o primeiro trimestre de 2024, influenciada pelo desempenho positivo dos produtos agropecuários e dos bens intermediários.
“No primeiro caso, após registrarem queda por cinco meses consecutivos, os produtos agropecuários voltaram a ter desempenho positivo no primeiro trimestre. Os bens intermediários apresentam contribuições positivas desde o trimestre encerrado em novembro de 2024, que tem se ampliado ao longo do tempo”, explicou a FGV.
As importações subiram 12,8% no primeiro trimestre ante o primeiro trimestre do ano anterior. Em termos monetários, o PIB alcançou R$ 3,393 trilhões no primeiro trimestre, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 15,3% no primeiro trimestre.
Com Estadão Conteúdo