A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta quarta-feira (17) que elevou a perspectiva da nota de crédito global “Ba2” da Natura (NATU3) de negativa para estável. A decisão foi comunicada ao mercado e reflete os avanços financeiros e operacionais da companhia nos últimos anos.
Segundo a agência, a mudança na perspectiva considera a liderança da Natura no setor de beleza e cuidados pessoais na América Latina, além da participação de mercado no Brasil e da presença crescente em outros países da região.
A Moody’s destacou que desde 2022 a Natura passou por um processo de transformação estratégica, com foco na América Latina. A companhia vendeu operações consideradas não essenciais, como Aesop e The Body Shop, além de avançar no processo de desinvestimento da Avon International.
Por que a Moody’s elevou a perspectiva para Natura (NATU3)?
De acordo com os analistas da Moody’s, o novo posicionamento estratégico simplificou a estrutura corporativa da NATU3, reduziu riscos e fortaleceu a gestão nos principais mercados. Esse movimento resultou em maior eficiência operacional e recuperação de margens.
A agência ressaltou que a alavancagem da Natura caiu de 5,6 vezes o Ebitda em 2022 para 2,8 vezes ao fim do segundo trimestre de 2025. A quase conclusão da integração das operações da Avon e Natura na América Latina também contribuiu para ganhos de rentabilidade.
No segundo trimestre de 2025, a margem Ebitda recorrente ajustada na América Latina subiu para 14,7%, enquanto no consolidado atingiu 11,5%, segundo os cálculos da Moody’s.
A perspectiva estável indica a expectativa de que, segundo a agência, a Natura continuará mantendo uma posição relevante no setor de beleza, além de gerar fluxo de caixa positivo e sustentar métricas de alavancagem consistentes com a categoria de rating Ba2.
Além disso, a agência destacou que espera que a Natura (NATU3) mantenha políticas financeiras conservadoras, priorizando a liquidez e a geração de caixa em vez de dividendos extraordinários.