O gestor do Verde Asset, Luis Stuhlberger, afirmou, nesta quarta-feira (29), durante um evento do Credit Suisse, em São Paulo, que existe uma bolha na bolsa de valores brasileira. Para ele, isso acontece por conta dos cortes na taxa de juros, que está a 4,5% ao ano. “No Brasil existe uma bolha na Bolsa. Os órfãos do CDI estão diversificando tudo o que aparece”, disse o executivo.
“Isso é muito bom para economia brasileira, mas o mercado está praticamente forçando o Banco Central a cortar mais a taxa [Selic] quando, na minha opinião, deveria ter parado no 4,75% para depois não ter que subir de novo”, acrescentou o gestor do Verde Asset. Stuhlberger acrescentou que a taxa de juros “parece estar mais distorcida” do que em qualquer outro momento da história.
Stuhlberger afirmou ainda que vê “mais racionalidade nas bolsas do que no real estate, no private equity ou em famílias tomando dívida para investir em classes alternativas”.
Veja também: Funcionários da Petrobras aprovam greve a partir de 1º de fevereiro
O fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, afirma que o maior risco não está na alta dos ativos ou não e, sim, “no movimento de saída em caso de reversão”.
Xavier ainda destaca que caso o Brasil continue diminuindo a taxa de juros, haverá um momento em que “terá que restringir de novo e voltar para os juros nominais de 8%. É um risco-retorno muito ruim para reverter e é preciso cuidado”, afirmou.
Para fundador da SPX Capital, a taxa de juros a 4,5% ao ano deve ser vista com cautela. Isso porque, segundo ele, os efeitos da política monetária só são sentidos de 15 a 18 meses depois do início do ciclo. Luis Stuhlberger e Xavier também falaram sobre o câmbio. Os dois afirmaram que não veem muito espaço para “apreciação do real”.
Notícias Relacionadas